Numa entrevista no domingo, 14 de janeiro, o senador Rand Paul (R-Ky.) desafiou a narrativa da grande mídia que tratou as recentes observações do presidente estadunidense Donald Trump como “prova” de que ele é racista.
Paul descreveu como Trump, quando era apenas um cidadão comum, foi um importante patrocinador financeiro de missões médicas para o Haiti. O senador do Kentucky também criticou a mídia por tirar conclusões e fazer suposições baseadas no que o presidente não disse ou sugeriu.
“Conheço pessoalmente os seus sentimentos em relação ao Haiti e à América Central, porque quando eu não era candidato a presidente e ele não era candidato a presidente, eu fui lá numa viagem de missão médica”, disse Paul.
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“Eu fiz cerca de 200 cirurgias de catarata com um grupo de cirurgiões no Haiti e o mesmo na América Central, e quando pedimos a Donald J. Trump como cidadão privado para apoiar essas viagens, ele foi um grande apoiador financeiro de ambas as viagens de missão médica”, continuou Paul.
Os principais meios de comunicação se aproveitaram das declarações que Trump teria alegadamente feito sobre países do terceiro mundo numa reunião a portas fechadas com seis senadores em 11 de janeiro. O Washington Post foi o primeiro a denunciar as supostas observações citando fontes anônimas que foram informadas sobre a reunião.
Dois senadores republicanos presentes na reunião afirmaram que Trump não usou o palavrão amplamente divulgado pela mídia. Enquanto isso, um dos senadores democratas disse que Trump usou a linguagem relatada. Trump escreveu no Twitter que a linguagem que ele usou “foi dura, mas essa não foi a linguagem relatada”.
Paul acrescentou que o presidente está sendo tratado injustamente.
“Eu acho injusto tirar conclusões de uma observação que eu acho que não era construtiva é o mínimo que podemos dizer; e é injusto de repente pintá-lo como ‘oh, então ele é um racista’, quando eu sei de fato que ele se preocupa muito com as pessoas no Haiti porque ele ajudou a financiar uma viagem em que conseguimos restaurar a visão para 200 pessoas no Haiti”, afirmou Paul.
As supostas observações ocorreram durante uma reunião bipartidária a portas fechadas sobre política de imigração, quando seis senadores propuseram um acordo para salvar um programa descontinuado chamado Ação Diferida para Chegada de Jovens Imigrantes (DACA, na sigla em inglês). Trump criticou a proposta feita como “extravagante”.
“A linguagem usada por mim na reunião sobre a DACA foi dura, mas essa não foi a linguagem relatada”, escreveu Trump no Twitter em 12 de janeiro. “O que foi realmente difícil foi a proposta extravagante feita, um grande revés para a DACA!”
O presidente disse que qualquer acordo para salvar a DACA precisaria incluir o financiamento para o muro fronteiriço do sul, o fim da migração em cadeia e a substituição do atual programa de loteria (green card) com um sistema baseado no mérito.
“Eu não acredito que os democratas querem realmente chegar a um acordo sobre a DACA. Eles são cheios de conversa e nenhuma ação”, escreveu Trump no Twitter em 13 de janeiro. “Este é o momento, mas dia a dia eles estão desperdiçando a grande oportunidade que eles têm. Que pena!”
Rand Paul foi um dos 11 candidatos que enfrentaram Trump durante a eleição presidencial republicana de 2016. Paul retirou-se da corrida em 3 de fevereiro de 2016 e endossou Trump.
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