Na segunda-feira, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, abriu uma conferência em Genebra apelando ao banimento dos Sistemas de Armas Autônomas Letais (SAAL).
“Eu encorajo a Conferência de Revisão a chegar a um acordo sobre um plano ambicioso para o futuro a fim de estabelecer restrições ao uso de certos tipos de armas autônomas”, afirmou o secretário-geral na abertura da reunião, na segunda-feira.
Nos últimos anos, com os novos avanços no aprendizado de máquina e inteligência artificial, há uma preocupação crescente com os SAALs, que usam instruções programadas para procurar e incapacitar alvos, potencialmente sem a supervisão de um controlador humano.
A reunião em Genebra seguiu a conclusão de um recente relatório da ONU de que armas totalmente autônomas podem ter sido lançadas na Líbia, em março de 2020, durante uma escaramuça em que drones autônomos de fabricação turca foram usados para caçar apoiadores de Khalifa Haftar, um general líbio.
“Comboios de logística e HAF [Forças Afiliadas de Haftar] em retirada foram posteriormente perseguidos e atacados remotamente por veículos aéreos de combate não tripulados ou sistemas de armas autônomas letais como o STM Kargu-2”, afirmou o relatório da ONU. “Os sistemas de armas autônomas letais foram programados para atacar os alvos sem exigir conectividade de dados entre o operador e a munição: na verdade, uma verdadeira capacidade de ‘atirar, ignorar e encontrar'”.
Os críticos dos SAALs pressagiam uma violência eficiente sem precedentes e uma saída para os legisladores e líderes militares evitarem a responsabilização por abusos. Embora anteriormente o movimento dependesse de uma linguagem técnica, os ativistas têm se tornado cada vez mais sensacionalistas em suas tentativas de aumentar a conscientização sobre os perigos dos SAALs. Em 2017, os oponentes dos SAALs receberam muita imprensa após o lançamento do vídeo curto “Slaughterbots“, que retrata um futuro distópico dos ataques de drones automatizados contra civis.
Em 2015, o Future of Life Institute atraiu atenção ao anunciar uma carta aberta para banir os SAALs, assinada por uma coalizão improvável que incluía Elon Musk, Stephen Hawking, Noam Chomsky, Jack Dorsey e uma legião de pesquisadores de inteligência artificial, entre outros.
Os defensores desses sistemas argumentam que os SAALs podem eliminar o erro humano na seleção de alvos e que o uso dessas armas tem o potencial de reduzir o dano colateral total em relação a outras armas.
Embora muitos países sejam a favor de uma proibição total dessas tecnologias, as principais potências geopolíticas relutam em apoiar tal movimento: os Estados Unidos, China, Rússia e Índia se consideram estranhos companheiros na oposição às leis internacionais de restrição de armas autônomas, enquanto um coro crescente de nações menores e ativistas compõe o movimento para restringi-los. No mês passado, a Nova Zelândia se tornou a última de mais de trinta nações a pedir a proibição total do SAAL.
No entanto, dado o consenso das principais potências mundiais sobre isso, qualquer tentativa de eliminar essas tecnologias enfrentará uma batalha difícil. Com o anúncio de segunda-feira, o secretário-geral Guterres indicou seu compromisso com o movimento, mas enfrentará imensos obstáculos em seus esforços para impedir que o SAAL se espalhe na guerra internacional.
As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.
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