Secretário de Educação de López Obrador diz que professores não precisarão mais saber inglês para ensiná-lo

"Estamos realizando uma pesquisa muito profunda sobre o ensino do inglês por meio de plataformas onde o professor dirige o ensino e a criança aprende inglês sem que o professor necessariamente saiba falar"

30/01/2019 19:56 Atualizado: 30/01/2019 19:56

Por Jesús de León, Epoch Times

No México, com o novo governo, não será mais necessário que os professores de inglês conheçam o idioma para ensinar, segundo o secretário de Educação Pública, Esteban Moctezuma Barragán.

A autoridade explicou que estão trabalhando em uma plataforma “muito poderosa” para que as crianças aprendam o idioma, e a única função do professor será orientar os alunos no uso dessa ferramenta.

“Obviamente, vamos ensinar inglês a todos os normalistas que quiserem, mas não temos tempo para esperar que os normalistas aprendam para que possam ensinar mais tarde”, disse ele, segundo o jornal Excelsior.

O secretário participou na segunda-feira (29), na Câmara dos Deputados, de uma sessão de trabalho com as Comissões de Educação e Pontos Constitucionais, para abordar a iniciativa com o projeto de lei que altera os artigos 3, 31 e 73 da Constituição .

“Estamos realizando uma pesquisa muito profunda sobre o ensino do inglês por meio de plataformas onde o professor dirige o ensino e a criança aprende inglês sem que o professor necessariamente saiba falar, porque o que ele tem que fazer é que a criança siga a plataforma e isso é algo que, uma vez resolvido, teremos prazer em apresentá-lo a vocês”, explicou o secretário.

Secretário de Educação Pública, Esteban Moctezuma Barragán (esq.) (Governo de Aguascalientes/Flickr)
Secretário de Educação Pública, Esteban Moctezuma Barragán (esq.) (Governo de Aguascalientes/Flickr)

Quanto ao ensino de inglês no país, ele comparou a situação na qual os estudantes mexicanos estavam em relação a outros estudantes do continente.

O secretário ressaltou que os alunos estavam 1,84 pontos abaixo. “Estamos mal posicionados, estamos no 57º lugar, e acima estão Panamá, Guatemala, Uruguai, Costa Rica e Argentina; então, eu não acho que seja um pedido para avaliar o esforço que foi desenvolvido em inglês, acho que essa reforma educacional não foi um bom investimento”.

Na mesma reunião, o secretário de Educação destacou o objetivo da iniciativa do projeto de lei para a “reavaliação de professores” e o reconhecimento que estes deveriam receber da sociedade.

Quanto ao serviço profissional de ensino, ele disse: “nos propomos a criar um novo sistema de carreira para o magistério, através do qual o professor se prepare, se esforce e seja melhor porque quer educar mais e melhor seus alunos e não porque é perseguido pela autoridade”.