Secretário dos EUA diz estar aberto ao diálogo quando Coreia do Norte quiser

13/12/2017 22:49 Atualizado: 13/12/2017 22:49

Rex Tillerson, o secretário de Estado estadunidense, disse na terça-feira que os Estados Unidos estão dispostos a dialogar com a Coreia do Norte sempre que o regime estiver pronto.

No entanto, Pyongyang deve chegar à mesa de negociações disposto a fazer escolhas para mudar de curso em seus programas nucleares e de mísseis, disse Tillerson num discurso para um grupo de reflexão (think thank) em Washington, D.C.

Tillerson também disse que a ameaça da Coreia do Norte era forte e que as forças armadas americanas receberam ordens para terem uma “ampla gama de contingências disponíveis”.

Os Estados Unidos estabeleceram um requisito de 60 dias sem lançamentos de mísseis antes que as negociações com a Coreia do Norte pudessem começar. Os 60 dias começariam a contar quando a Coreia do Norte declarasse uma moratória.

“O melhor sinal que a Coreia do Norte poderia nos dar que estão preparados para dialogar seria parar esses lançamentos de mísseis”, disse Tillerson a repórteres em agosto.

Coreia do Norte, EUA, nuclear, sanções - Um telão é retratado com destaque numa praça pública em Pyongyang, na Coreia do Norte, em 23 de setembro de 2017  (Ed Jones/AFP/Getty Images)
Um telão é retratado com destaque numa praça pública em Pyongyang, na Coreia do Norte, em 23 de setembro de 2017
(Ed Jones/AFP/Getty Images)

Antes do último lançamento, a Coreia do Norte não disparou um míssil por 74 dias, embora não tenha declarado oficialmente uma moratória, ou intenção de interromper seu programa de armas. A Coreia do Norte quebrou sua pausa com um lançamento de míssil em 29 de novembro, considerado altamente provocador, quando seu novo modelo de míssil balístico intercontinental (ICBM) atingiu o espaço antes de cair em águas dentro da zona econômica exclusiva do Japão.

O presidente estadunidense Donald Trump assumiu uma linha dura com a Coreia do Norte desde que chegou ao cargo em janeiro, exigindo a completa desnuclearização do regime. Enquanto isso, ele instruiu Tillerson que encontrasse uma solução diplomática, ao mesmo tempo em que preparava opções militares para pressionar a Coreia do Norte à mesa de negociação.

Até agora, o ditador comunista norte-coreano Kim Jong-un tem recusado qualquer diálogo. Em vez disso, a Coreia do Norte emitiu várias ameaças que atacaria o continente americano, bem como os aliados dos EUA, o Japão e a Coreia do Sul, com armas nucleares.

A situação tornou-se ainda mais complicada pela relutância da Rússia em intensificar as sanções contra a Coreia do Norte. Durante a viagem da Trump à Ásia em novembro, ele disse que a Rússia poderia estar ganhando em função das perdas comerciais que o regime norte-coreano sofreu com a implementação de sanções pela China.

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A Rússia e a China concordaram, sob a pressão de Trump após um teste nuclear da Coreia do Norte, em aprovar e implementar novas sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas no início de setembro.

Essas sanções, no entanto, não provaram serem suficientes para forçar a Coreia do Norte à mesa de negociação.

Trump queria um corte total no fornecimento de petróleo para a Coreia do Norte, enquanto a China e a Rússia insistem apenas numa redução da quantidade. Por fim, o volume foi fixado em 500 mil barris por dia. O fornecimento de gás natural, no entanto, foi completamente cortado.

O próprio Trump expressou dúvidas na sexta-feira de que as sanções teriam o efeito desejado.

“Como parte de uma campanha de máxima pressão sobre a vil ditadura da Coreia do Norte, nós impomos as sanções mais duras do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, disse Trump.

“Temos muitas outras sanções. Mas eu não sei se as sanções funcionarão com ele [o líder Kim Yong-un]. Temos que tentar.”

Trump anunciou que estava buscando sanções adicionais contra o regime comunista de Kim Jong-un após o lançamento do míssil balístico intercontinental em 29 de novembro.