A esquerdista Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), partido no poder na Nicarágua há 16 anos, tomou posse nesta terça-feira de 100% das prefeituras do país centro-americano.
Os prefeitos dos 153 municípios da Nicarágua, eleitos em uma aliança liderada pela FSLN nos pleitos de novembro do ano passado, foram empossados pelas autoridades do Conselho Supremo Eleitoral (CSE), que também é controlado por magistrados ligados ao regime que lidera o país.
Esta é a primeira vez desde a década de 1980, também sob o mandato do ex-guerrilheiro sandinista Daniel Ortega, que todos os municípios da Nicarágua são governados pela FSLN, partido que controla todos os poderes do Estado, o Exército e a Polícia Nacional.
No total, 6.392 funcionários tomaram posse neste 10 de janeiro, incluindo os 153 prefeitos, seus vice-prefeitos e membros dos conselhos municipais dos 153 municípios da Nicarágua, segundo informações oficiais.
Ao contrário do que havia anunciado o governo da Nicarágua, o presidente Ortega não esteve presente na cerimônia de posse, que foi conduzida pela titular do Poder Eleitoral, Brenda Rocha.
Os sandinistas foram proclamados vencedores de um processo eleitoral sem concorrentes e com líderes da oposição presos.
Segundo o Poder Eleitoral, a FSLN obteve 54,9% dos 2.028.035 votos válidos, de um total de 3.692.733 nicaraguenses aptos a votar, em um país de 6,6 milhões de habitantes, 785.601 eleitores foram “dispensados” da votação sem explicações sobre os motivos.
Com esses resultados, os sandinistas passaram do controle de 141 prefeituras para todas as 153 existentes na Nicarágua, em meio a denúncias de opositores sobre a aparente constituição de um “partido único” por parte de Ortega.
O observatório de incidências políticas Urnas Abiertas, composto por uma equipe multidisciplinar e voluntários, indicou que nestas eleições a participação foi de 17,33%, com uma taxa de abstenção de 82,67%, com base em um estudo realizado em 366 centros de votação, dos 3.106 habilitados, com o nível de confiança de 95% e margem de erro de 5%.
Por sua vez, o Poder Eleitoral fixou a participação em 57,1% e a abstenção em 42,9%.
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