Salvini reitera fechamento de portos italianos em meio à revolta de prefeitos

"Primeiro, temos que pensar nos milhões de pobres e desempregados italianos, defendê-los dos muitos crimes cometidos por imigrantes ilegais, e depois salvaremos o resto do mundo"

03/01/2019 13:28 Atualizado: 03/01/2019 13:28

Por Agência EFE

O vice-primeiro-ministro da Itália e ministro do Interior, Matteo Salvini, reiterou nesta quinta-feira (3) que os portos de seu país estão fechados para os imigrantes ilegais, em meio à revolta de vários prefeitos que se negam a acatar as normas anti-imigração.

“Os portos italianos estão fechados, acolhemos muitos falsos foragidos, enriquecemos muitos contrabandistas. Os prefeitos de esquerda devem pensar nas dificuldades de seus cidadãos, não na dos clandestinos”, afirmou Salvini.

Salvini respondeu assim à oferta lançada hoje pelo prefeito de Nápoles, Luigi de Magistris, de abrir esse porto italiano para a embarcação Sea Watch 3, que com dezenas de imigrantes resgatados no Mediterrâneo pôde entrar ontem em águas de Malta, mas não tem autorização para desembarcar.

“Espero que esta embarcação se aproxime do porto de Nápoles porque contrariamente ao que diz o governo, nós iniciaremos um plano de salvamento. Eu serei o primeiro a dirigir as manobras de salvamento”, afirmou o prefeito dessa cidade do sul da Itália em entrevista.

A embarcação da ONG alemã de mesmo nome, com 32 imigrantes a bordo, recebeu ontem autorização de Malta para entrar em suas águas territoriais por motivos humanitários, mas não para desembarcar os resgatados, que já estão há 13 dias a bordo.

A oferta do prefeito napolitano para receber os imigrantes apesar da política linha dura aplicada pelo governo italiano se soma à decisão anunciada ontem por outro prefeito, o de Palermo (capital da ilha de Sicília), Leoluca Orlando, de suspender a aplicação do chamado “decreto de segurança” de Salvini.

Orlando, do Partido Democrático (centro-esquerda, na oposição), anunciou ontem que não cumprirá com tal lei, aprovada no ano passado, que restringe os direitos dos imigrantes e endurece as condições para os solicitantes de asilo.

A rebelião de Orlando foi rapidamente respondida por Salvini, que ameaçou com a destituição dos prefeitos rebeldes.

“Com todos os problemas que existem em Palermo, o prefeito quer fazer desobediência civil em torno dos imigrantes”, disse o líder ultradireitista.

Salvino lembrou a Orlando e a outros prefeitos do PD que o decreto foi aprovado pelo governo e pelo parlamento, e assinado pelo presidente da república.

“Primeiro, temos que pensar nos milhões de pobres e desempregados italianos, defendê-los dos muitos crimes cometidos por imigrantes ilegais, e depois salvaremos o resto do mundo”, ressaltou.