O comitê executivo do Comitê Olímpico Russo (COR) rejeitou, nesta quinta-feira, a obrigatoriedade de seus atletas assinarem “declarações políticas” e competirem com neutralidade como condição para participar de torneios internacionais.
“Os participantes da reunião expressaram a posição comum de que é inadmissível a assinatura de qualquer declaração de caráter político por parte de atletas russos, o que contradiz a legislação russa. Para nós, isso é absolutamente inaceitável”, escreveu o presidente do COR, Stanislav Pozdniakov, em seu canal no Telegram.
O COR destacou que seu principal objetivo é “restabelecer a justiça” para que os seus atletas possam regressar ao palco internacional “com sua bandeira, hino e demais atributos da equipe russa nos Jogos Olímpicos”.
“Continuaremos apoiando os atletas que de maneira infundada veem limitada sua participação em competições internacionais nos últimos 15 meses”, afirmou.
Além disso, insistiu que o COR coordenará seu trabalho com as diferentes federações sobre a adoção de critérios por parte de organizações internacionais que vão contra a Carta Olímpica.
Em particular, criticou a decisão de dividir os atletas em função do passaporte que possuem, já que, segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI), russos e bielorrussos só podem competir como neutros.
O presidente russo, Vladimir Putin, propôs ao seu governo a organização dos Jogos dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em 2024, como alternativa aos Jogos Olímpicos.
A iniciativa é do ministro do Esporte, Oleg Matitsin, que em março também propôs que a Rússia sedie os primeiros Jogos da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), que inclui países como China, Índia, Paquistão e repúblicas da Ásia Central.
A Rússia tem se dedicado nos últimos meses a angariar apoios para defender sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris, apesar de a Ucrânia e muitos países ocidentais se oporem devido à invasão russa na Ucrânia.
Recentemente, as associações dos comitês olímpicos de Ásia e África aprovaram a participação de atletas russos e bielorrussos nos Jogos Olímpicos de Paris.
O COI aprovou em março a participação de atletas individuais russos e bielorrussos como neutros, mas rejeitou a de seleções e atletas que apoiam a guerra ou pertencem a clubes ligados ao Exército e forças de segurança, como o CSKA Moscou.
Segundo Matitsin, se os atletas russos participarem das fases de classificação de suas respectivas modalidades e as condições do COI não mudarem significativamente, “o número máximo de participantes do lado russo será de cerca de 180 atletas”.
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