Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
A Rússia poderá em breve começar a transferir tecnologia avançada espacial e de satélite para a Coreia do Norte, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, durante sua visita à Coreia do Sul em 6 de janeiro.
Falando ao lado do Ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Cho Tae-yul, em um evento para a mídia em Seul no dia 6 de janeiro, Blinken expressou preocupação com a crescente parceria militar entre a Federação Russa e a Coreia do Norte, também conhecida como República Popular Democrática da Coreia (RPDC).
Autoridades norte-americanas e sul-coreanas já haviam expressado preocupação com essa parceria militar em meio a alegações de que a Coreia do Norte enviou milhares de soldados para apoiar as forças russas na guerra em curso com a Ucrânia.
Blinken disse que mais de 1.000 soldados norte-coreanos haviam sido feridos ou mortos somente na última semana de dezembro de 2024, quando Moscou tentou expulsar as forças ucranianas da região de Kursk, na Rússia.
“Agora, essa é uma via de mão dupla. A RPDC já está recebendo equipamento e treinamento militar russo”, disse Blinken. “Agora, temos motivos para acreditar que Moscou pretende compartilhar tecnologia avançada de espaço e satélite com Pyongyang.”
Nem Moscou nem Pyongyang confirmaram diretamente a presença de tropas norte-coreanas no campo de batalha de Kursk.
O líder russo Vladimir Putin e o líder norte-coreano Kim Jong Un se reuniram em Pyongyang em junho de 2024 e anunciaram uma nova parceria estratégica entre as duas nações.
Em discurso em Seul, em 6 de janeiro, Blinken disse que Moscou poderá em breve reconhecer formalmente a Coreia do Norte como um estado com armas nucleares, revertendo uma política de décadas.
O Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), que foi aberto para assinatura no final da década de 1960 e entrou em vigor em 1970, tem como objetivo limitar a disseminação de armas nucleares.
De acordo com o tratado, os Estados Unidos, o Reino Unido, a França, a China e a Rússia são classificados como Estados com armas nucleares. Índia, Paquistão, Israel e Sudão do Sul são os únicos países que nunca aderiram ao TNP.
A Coreia do Norte aderiu em 1985 como um estado sem armas nucleares, mas se retirou do tratado em 2003.
Acredita-se que vários países, inclusive a Coreia do Norte, tenham desenvolvido armas nucleares nas décadas desde que o TNP entrou em vigor.
A Associação de Controle de Armas, que monitora a proliferação de armas nucleares em todo o mundo, estima que Pyongyang tenha desenvolvido cerca de 50 ogivas nucleares desde então.
Se a Rússia reconhecesse formalmente a Coreia do Norte como um estado com armas nucleares, isso seria em grande parte simbólico, uma vez que a Coreia do Norte já possui armas nucleares.
Pouco antes de Blinken fazer seus comentários, os militares da Coreia do Sul informaram que a Coreia do Norte havia realizado um novo teste de míssil balístico, lançando a arma nas águas ao norte do Japão.
Blinken condenou o lançamento do novo míssil durante seus comentários de 6 de janeiro. Ele disse que o governo cessante do presidente Joe Biden tentou se envolver com a Coreia do Norte para estabilizar as relações, mas sem sucesso.
“Fizemos isso em particular; fizemos isso publicamente. E a única resposta efetiva que obtivemos foram ações cada vez mais provocativas, incluindo lançamentos de mísseis”, disse Blinken.
Blinken está visitando a Coreia do Sul e o Japão como parte do que provavelmente será sua última viagem internacional como parte do governo Biden.
O secretário de Estado também visitará a França e a Itália nos próximos dias.