Rússia pediu contenção nesta quinta-feira ao Irã e ao Paquistão após a recente troca de ataques entre os dois países e defendeu a resolução das divergências através de meios político-diplomáticos.
“Observamos com alarme a crescente escalada da situação na zona fronteiriça iraniano-paquistanesa. Apelamos às partes para que exerçam a máxima contenção e resolvam as preocupações que surgem por meios exclusivamente político-diplomáticos”, declarou em comunicado a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, María Zakharova.
A representante da diplomacia russa salientou “a necessidade de que qualquer operação antiterrorista fora dos limites territoriais soberanos seja realizada com base em acordos e de forma coordenada entre as autoridades dos países envolvidos”.
“É lamentável que isto aconteça entre países amigos da Organização de Cooperação de Xangai, com os quais desenvolvemos relações de parceria. O agravamento da situação favorece aqueles que não estão interessados na paz, estabilidade e segurança na região”, acrescentou.
Zakharova expressou a esperança de que o Irã e o Paquistão “encontrarão em breve uma forma de resolver as diferenças em um espírito de boa vizinhança, incluindo a cessação das ameaças terroristas procedentes dos territórios de ambos”.
“Reforçamos a disponibilidade do lado russo para cooperar na luta contra o terrorismo internacional em todas as suas formas e manifestações”, concluiu.
Pelo menos nove iranianos morreram nas primeiras horas de hoje na sequência de vários ataques levados a cabo pelo Paquistão contra supostos grupos insurgentes em solo iraniano, o que aumentou a tensão entre os dois países.
Segundo o ministro do Interior iraniano, Ahmad Vahidi, as vítimas eram “três mulheres, quatro crianças e dois estrangeiros”, enquanto o Paquistão informou que eram insurgentes terroristas.
Estes ataques ocorrem depois de o Irã ter bombardeado na terça-feira duas bases do grupo terrorista sunita Yeish al Adl no Paquistão, causando a morte de duas crianças, segundo Islamabad, que alertou para “graves consequências”.
Yeish al Adl é um grupo sunita que se opõe ao regime xiita do Irã e que busca a independência da província do Sistão-Baluchistão, operando na porosa fronteira entre os dois países.