Rússia inicia manobras com forças nucleares estratégicas

Por Agência de Notícias
26/10/2022 10:21 Atualizado: 26/10/2022 10:21

A Rússia iniciou nesta quarta-feira as manobras com suas forças nucleares estratégicas batizadas de “Grom” (Trovão, em russo), que são comandadas por videoconferência pelo presidente do país, Vladimir Putin.

Durante os exercícios, primeiros desde o início da chamada “operação militar especial” na Ucrânia, em fevereiro, foi feita uma simulação de lançamento nuclear em massa, como resposta a um ataque inimigo com armas semelhantes, conforme detalhou o ministro da defesa russo, Serguei Choigu.

O titular da pasta, que se dirigiu a Putin como “camarada” e comandante-em-chefe das Forças Armadas, informou ao presidente sobre o andamento das manobras, que duraram apenas alguns minutos.

As forças estratégicas russas lançaram mísseis balísticos e de cruzeiro a partir do submarino atômico Tula, dois bombardeiros estratégicos Tu-95MC e sistemas de mísseis intercontinentais móveis Yars, que foram disparados do cosmódromo de Plesetsk.

Também foram lançados mísseis balísticos Sineva desde o mar de Barents, no norte da parte europeia da Rússia, até o polígono de Kura, na península de Kamchatka, que é banhada pelo Oceano Pacífico.

“Os alvos previstos durante os exercícios das forças estratégicas de contenção foram cumpridos na totalidade. Todos os mísseis atingiram os alvos”, divulgou o Kremlin, através de comunicado.

As manobras “Grom” têm por objetivo comprovar o nível da preparação dos centros de comando das forças nucleares, ainda conforme detalhou a presidência russa.

Segundo havia informado antes o Pentágono, a Rússia informou aos Estados Unidos sobre os planos, que coincidem com exercícios nucleares da Otan, chamados de “Steadfast Noon” (Meio-dia Inalterável), que acontecem anualmente, faz uma década.

O general Pat Ryder, porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, foi responsável por divulgar a informação e explicar que “a Rússia está cumprindo com suas obrigações para o controle de armas e os compromissos de transparência com essas notificações”.

Cinco dias antes do início da “operação militar especial”, Putin presidiu manobras das forças nucleares com emprego de armamento hipersônico, que o Kremlin considera capaz de burlar qualquer escudo antimísseis.

Além disso, em 27 de fevereiro, Putin colocou em alerta as forças de dissuasão nuclear, o que disparou a preocupação na Ucrânia e no Ocidente, de um possível uso de armas deste tipo.

Recentemente, o presidente alertou que a Rússia utilizará todo o arsenal que tem para defender sua integridade territorial e as quatro regiões ucranianas recentemente anexadas, de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia.

 

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