Rússia diz abrigar 4,5 milhões de ucranianos que “chegaram voluntariamente”

Por Agência de Notícias
02/11/2022 21:57 Atualizado: 02/11/2022 21:57

A Federação Russa abriga mais de 4,5 milhões de refugiados da Ucrânia, e “todos eles vieram ao país voluntariamente”, disse nesta quarta-feira o representante da Rússia, Gennady Kuzmin, ao Conselho de Segurança da ONU.

Em uma sessão do Conselho dedicada aos refugiados em todo o mundo, a Rússia foi apontada por vários países ocidentais por ter provocado com a guerra na Ucrânia um dos deslocamentos forçados em massa mais rápidos dos últimos tempos, com 14 milhões de pessoas obrigadas a deixar suas casas, segundo números do alto comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, que discursou na sessão.

O representante russo respondeu a todos, reiterando várias ideias sistematicamente expressas pela diplomacia russa: que os países ocidentais “estão na origem das migrações em massa” por “ter imposto seus experimentos geopolíticos aos países fracos”, entre os quais citou Síria, Líbia e Afeganistão.

Kuzmin então criticou os oradores que discursaram antes dele por terem escondido o fato que do conflito na Ucrânia não começou neste ano, mas oito anos atrás, com os ataques do governo de Kiev aos separatistas do Donbass causando durante todo esse período “um êxodo maciço de pessoas para a Rússia”, que ele colocou em 4,5 milhões de pessoas.

Todos “chegaram voluntariamente”, reiterou, negando assim as acusações de transferências forçadas de ucranianos para a Rússia.

Além disso, detalhou todos os serviços que a Rússia presta a esses refugiados: acomodação, escolas para crianças, benefícios sociais, assistência médica e empregos, bem como “pagamentos mensais”, disse.

O alto comissário também pediu aos países a não esquecerem que, para além da guerra na Ucrânia, existem outros conflitos, juntamente com secas ou emergências climáticas ou causas estruturais que elevaram o número de refugiados este ano para 103 milhões, mais 13 milhões a mais do que no ano anterior.

Entre os países mais afetados pelo êxodo de pessoas estão Ucrânia, Síria e Venezuela, mas há outros conflitos esquecidos – lembrou Grandi – como os do Afeganistão, Mianmar, Etiópia, Somália e toda a região do Sahel que exigem maior atenção e empenho dos a comunidade internacional.

O representante do Gabão disse palavras muito duras para os países europeus que optam por “políticas indecentes” de dissuasão dos pedidos de asilo que transformaram o Mar Mediterrâneo em “um imenso cemitério de vergonha”, e descreveu o direito ao asilo como um dos mais básicos dos direitos humanos.

 

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