Matéria traduzida e adaptada do inglês, originalmente publicada pela matriz americana do Epoch Times
Um tribunal de Moscou ordenou em 4 de maio a prisão por 2 meses de uma praticante do Falun Gong por suas crenças enquanto uma investigação está pendente – a primeira decisão desse tipo no país – à medida que a Rússia se inclina cada vez mais para a China comunista.
Natalya Minenkova, de 46 anos, foi detida até 27 de junho sob uma lei controversa contra “a realização de atividades de uma organização indesejável”, decidiu o Tribunal Distrital de Tushinsky, em Moscou. A lista de “organizações indesejáveis” inclui meios de comunicação independentes, grupos de jornalismo e Think Tanks americanos, entre outros.
Na breve sinopse do caso divulgada pela polícia russa, Minenkova foi acusada de organizar ilegalmente as atividades do Centro para o Melhoramento Espiritual e Físico do Falun Dafa. O centro não é uma das organizações listada pelo Ministério da Justiça russo em relação à lei.
A audiência aconteceu depois que a polícia invadiu as casas de cinco praticantes da disciplina de meditação, que tem enfrentado perseguição brutal na China desde 1999. A Sra. Minenkova foi uma das quatro pessoas detidas. Um homem foi libertado. A polícia interrogou a Sra. Minenkova e outras duas pessoas, mas manteve ela detida durante a noite até o comparecimento ao tribunal em 4 de maio.
“Ao ordenar a detenção da Sra. Minenkova, a Rússia se junta à China comunista como o único outro país onde um juiz prendeu um cidadão simplesmente por meditar e aspirar a viver de acordo com os ensinamentos de verdade, compaixão e tolerância do Falun Gong”, Levi Browde, executivo diretor do Centro de Informações do Falun Dafa, disse ao Epoch Times. “Este ato vergonhoso corrói ainda mais as liberdades na Rússia e demonstra os laços crescentes e preocupantes da Rússia com o regime comunista da China.”
Na China, cerca de 70 a 100 milhões de pessoas praticavam o Falun Gong e atribuíam-lhe o mérito de melhorar a sua saúde física e mental. O regime chinês viu essa popularidade como uma ameaça e iniciou uma campanha para erradicar sistematicamente a fé, alimentando abusos como trabalho escravo e extração forçada de órgãos.
O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, quando questionado sobre a decisão do tribunal no sábado, disse que “não é uma surpresa para mim que a Rússia se envolva em comportamento repressivo contra todos os tipos de pessoas, seja em questões relacionadas com a liberdade de expressão, liberdade de imprensa, liberdade de reunião, liberdade de religião.”
Sullivan, que falava em um painel no Festival FT Weekend, também destacou o aumento dos laços entre a Rússia e a China.
“A Rússia depende cada vez mais da China para muitas coisas, especialmente porque perdeu outras vias económicas, tecnológicas entre outras. Então essa é uma relação que a gente olha de perto, com cuidado”, afirmou.
A tendência também preocupa o deputado Tom Tiffany.
“Não é nenhum segredo que uma das principais exportações do PCCh é a opressão, e isso é muito preocupante”, disse ele ao Epoch Times.
“Falso retrato”
Os promotores iniciaram uma investigação criminal contra a Sra. Minenkova em 27 de abril, uma semana antes da operação, mostram os registros judiciais obtidos pelo Epoch Times. Nos autos do tribunal, eles a acusaram de cometer um “crime grave contra os fundamentos da ordem constitucional e da segurança do Estado”, observando que ela havia organizado reuniões relacionadas ao Falun Gong e distribuído literatura do Falun Gong.
O Sr. Browde defendeu que tais atividades dificilmente constituem um crime.
“A soma total do que a Sra. Minenkova estava fazendo era levar música para um parque e orientar outras pessoas a fazerem exercícios de meditação, enquanto organizava leituras de textos espirituais em sua casa, tudo como voluntária porque queria compartilhar os benefícios que recebia ao praticar Falun Dafa com outros.” Sr. Browde afirmou. “O Falun Gong não é uma ‘seita’ nem a Sra. Minenkova é uma ‘líder’, ilustrando o retrato completamente falso deste caso pela imprensa controlada pelo governo russo.”
Ao interrogar uma das duas testemunhas antes do julgamento, um investigador perguntou sobre o tamanho do grupo no país, os principais livros do Falun Gong e se tinham participado de eventos do Falun Gong no exterior.
Pessoas familiarizadas com Minenkova a descreveram como gentil, sempre sorridente e pronta para ajudar os outros. Ela parou de beber e fumar depois de começar a praticar em 2010, depois de ver a visão deficiente de sua mãe melhorar depois que começou a praticar o Falun Gong.
A crescente pressão na Rússia sobre o Falun Gong ocorre à medida que Moscou se aproxima da China, contando com o seu apoio militar na guerra da Ucrânia. O líder da Rússia, Vladimir Putin, disse que estará na China este mês, no que isso marca a sua mais recente demonstração de amizade desde que os dois países declararam uma parceria “ilimitada” pouco antes da invasão à Ucrânia.
Na sexta-feira, um porta-voz do Conselho da Segurança Nacional da Casa Branca contou à NTD, uma mídia irmã do Epoch Times, que “estamos preocupados com isso, quer aconteça na China, na Rússia ou em qualquer outro lugar do mundo”.
“Não é segredo que uma das principais exportações do PCCh é a opressão, e isso é muito preocupante.”
O Departamento de Estado nos últimos relatório sobre direitos humanos disse que a Rússia “utilizou indevidamente as leis antiterrorismo e anti-extremismo, bem como outras medidas” ao perseguir uma filial regional do Falun Gong e sete organizações sem fins lucrativos associadas ao Falun Gong “sem qualquer evidência crível de ações ou intenções violentas”, banindo efetivamente os grupos de atividades meditativas e sujeitando os praticantes a maus tratos.