A Comissão Eleitoral Central (CEC) da Rússia descartou nesta segunda-feira a possibilidade de adiar as eleições locais nas quatro regiões ucranianas anexadas, cujas zonas ocupadas pelas tropas russas já estão votando antecipadamente.
“Não recebemos nenhuma proposta nesse sentido. Também não vemos circunstâncias que nos levem a tomar tal decisão”, disse Nikolai Bulaev, vice-presidente da CEC, à agência de notícias “TASS”.
A CEC tem o direito de adiar uma votação em certas partes do país de última hora, se considerar que existe uma ameaça à segurança dos eleitores.
No caso do sul de Kherson, 43,3% dos eleitores já exerceram o seu direito de voto nas eleições para a assembleia regional após três dias de votação antecipada, informou a entidade.
Mais de 23% já votaram nas eleições regionais e municipais na República Popular de Lugansk, onde a votação também começou no sábado.
Na República Popular de Donetsk e na região meridional de Zaporizhzhia, mais de 40% e quase 22% dos eleitores foram às urnas nos últimos cinco dias, respectivamente.
Estas são as primeiras eleições municipais e regionais russas a serem realizadas nestas regiões, que foram anexadas pela Rússia em setembro de 2022, após um referendo que não foi reconhecido por Kiev nem pela comunidade internacional.
O líder da Rússia, Vladimir Putin, deu recentemente luz verde à reeleição dos líderes interinos das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, Denis Pushilin e Leonid Pasechnik, respectivamente, com os quais se reuniu no Kremlin.
O mesmo aconteceu com Yevgeny Balitsky, governador interino de Zaporizhzhia, atualmente palco da contraofensiva ucraniana, e com o líder da vizinha Kherson, Vladimir Saldo.
As eleições, que serão realizadas em todo o país em 10 de setembro, ocorrerão apesar de o Exército russo controlar apenas dois terços de Kherson, pouco mais de metade de Donetsk e estar cedendo território em Zaporizhzhia, onde Kiev anuncia avanços quase diários em direção ao Mar de Azov.
Putin assinou em setembro de 2022 a anexação das quatro regiões ucranianas, em uma tentativa de construir um corredor terrestre com a península ucraniana da Crimeia, anexada em 2014, que Kiev agora tenta quebrar por todos os meios.
A Rada Suprema (Legislativo) da Ucrânia aprovou uma moção que pede todos os parlamentos e governos do mundo para que não reconheçam estas eleições.
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