Rússia cria brigadas de agitação e propaganda para levantar ânimo das tropas

Por agência efe e renato pernambucano
28/02/2023 17:09 Atualizado: 28/02/2023 17:09

O Ministério da Cultura da Rússia anunciou, nesta terça-feira, a criação de brigadas de agitação e propaganda em colaboração com o Ministério da Defesa para levantar o ânimo das tropas em meio à invasão militar russa na Ucrânia.

“Em alguns lugares é preciso visitar os rapazes durante a reabilitação, em outros trata-se de grandes concertos, fazer discursos em praças ou viajar para as regiões”, explicou à emissora de televisão pública Olga Lyubimova, ministra da Cultura da Rússia.

Lyubimova destacou que os artistas que irão formar estas brigadas serão provenientes de diferentes regiões, gêneros artísticos e idades, embora não tenha citado nomes específicos.

A ministra declarou que os próprios artistas russos procuram o ministério para “participar e contribuir com a causa com o que mais sabem e gostam de fazer”.

Por ordem da administração presidencial, brigadas de propaganda já visitaram as guarnições e polígonos militares onde os reservistas foram treinados no quadro da mobilização parcial ordenada pelo presidente Vladimir Putin.

A Rússia reconheceu oficialmente a morte de menos de 6.000 soldados no campo de batalha, embora outras fontes, locais e estrangeiras, falem de dezenas de milhares de vítimas mortas e feridas em ação.

Estilo soviético

Por outro lado, a ministra desmentiu ter ordenado a elaboração de uma lista negra de escritores que se opõem à guerra e cujas obras têm de ser confiscadas das bibliotecas, incluindo Boris Akunin, Lyudmila Ulitskaya, J.K. Rowling e George Orwell, entre outros.

Recentemente, Lyubimova substituiu a diretora da maior pinacoteca de Moscou, a Galeria Tretyakov, Zelfira Tregulova, pela filha de um general do Serviço Federal de Segurança que serviu com o presidente Putin, ex-funcionário da soviética KGB.

Em agosto do ano passado, deputados e senadores russos criaram o Grupo de Pesquisa sobre Atividades Antirrussas na Esfera da Cultura (GRAD), ao estilo soviético, para perseguir supostos  opositores, dissidentes ou qualquer um que não aceite as imposições do Estado, sejam quais forem.

Além disso, esses políticos instaram as instituições culturais a virar as costas à cultura ocidental depois que os EUA e a União Europeia aprovaram sanções contra a Rússia devido à campanha militar na Ucrânia e supostamente tentaram banir a cultura russa no Ocidente.

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