A Rússia considerará a eventual entrada da Ucrânia na OTAN como um risco e reagirá a ela de forma “firme e suficientemente compreensível”, segundo advertiu o Kremlin nesta segunda-feira, na véspera da cúpula da Aliança Atlântica que começa amanhã em Vilnius, na Lituânia.
“Vocês estão cientes da posição absolutamente compreensível e consistente da Rússia de que a adesão da Ucrânia à OTAN exigirá de nós uma resposta firme e suficientemente compreensível”, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, em entrevista coletiva.
Peskov salientou que “estão acontecendo discussões bastante intensas entre os países membros da Aliança, sobretudo tendo em vista a cúpula da OTAN, e existem diferentes pontos de vista sobre o assunto”.
“Terá consequências extremamente graves para toda a arquitetura de segurança na Europa, que já está se deteriorando”, acrescentou Peskov, em relação à entrada da Ucrânia na OTAN.
O representante do Kremlin afirmou que “o regime de Kiev tenta pressionar todos de várias formas para conseguir que o maior número de países (da OTAN) expressem sua solidariedade” pela entrada da Ucrânia na Aliança Atlântica.
O presidente dos EUA, Joe Biden, reconheceu que não há a unanimidade necessária para convidar a Ucrânia a se juntar à Aliança quando a guerra terminar.
Biden também afirmou que a Ucrânia “não está pronta” para ingressar na OTAN e deve continuar a empreender reformas.
Perante a perspectiva de que a cúpula de Vilnius não renda os resultados pretendidos, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, continua sem revelar se vai ou não comparecer ao encontro na capital lituana.
“Não quero ir a Vilnius para me divertir”, disse o presidente ucraniano, que exigiu saber quais decisões serão tomadas durante a cúpula para decidir se vale a pena comparecer para influenciar no que seja discutido sobre a Ucrânia.
Zelensky já declarou em junho que a presença da Ucrânia na cúpula não tem sentido se a OTAN não lhe der “algum sinal positivo” no sentido que Kiev está pedindo.
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