A Rússia alertou nesta terça-feira (04) que a entrada da Finlândia como membro de pleno direito da OTAN não fortalecerá a segurança do bloco aliado, ao mesmo tempo em que assegurou que aqueles que pensam que Moscou não reagirá a tal adesão estão “profundamente” enganados.
“Tudo será calibrado de acordo com a conjuntura em mutação, sua segurança não será reforçada, a segurança da Aliança Atlântica em geral não será reforçada”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Serguei Ryabkov, em declarações à televisão pública russa.
Ryabkov expressou sua incompreensão com a decisão da Finlândia, que vai duplicar a fronteira entre a Rússia e os países-membros da OTAN, e acusou os seus vizinhos de serem vítimas da “russofobia” e de serem incapazes de colocar seus interesses à frente do “Ocidente coletivo”.
Além disso, antecipou que a segurança finlandesa – e nesse caso também fez referência à Suécia, que ainda não entrou na Aliança – “enfraquecerá” após a adesão, uma vez que Moscou será obrigada a tomar medidas, que anunciará “oportunamente”.
“Qualquer ameaça em nossa direção será rechaçada”, enfatizou.
O diplomata frisou que a Rússia tem “recursos militares” e “vontade política” para defender sua soberania e rejeitar qualquer ameaça contra a sua integridade territorial.
A esse respeito, destacou que, ao suspender a aplicação do último tratado de desarmamento com os Estados Unidos, o START III, ou Novo START, Moscou recebeu “possibilidades adicionais” para garantir sua própria segurança.
Ryabkov lembrou ainda que a doutrina da “dissuasão nuclear” ainda está em vigor e se referiu ao recente anúncio de um acordo para a implantação em Belarus de armas nucleares táticas russas.
“Os nossos adversários têm de aceitar de forma realista o que se passa à sua volta. Não apostem em uma escalada, não nos provoquem, porque as coisas podem acabar com estas reviravoltas…”, considerou.
Já para descrever as relações com os EUA, usou a palavra “colapso” e garantiu que a Rússia não permitirá que o Ocidente consiga infligir-lhe uma “derrota estratégica”.
Anteriormente, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Choigu, comentou que o aumento da atividade aliada nas fronteiras russas, o fornecimento de armas à Ucrânia e a entrada da Finlândia na OTAN levarão “a uma escalada do conflito”.
Em maio de 2022, o líder russo, Vladimir Putin, chegou a afirmar que a entrada da Finlândia e da Suécia na Aliança não representaria “uma ameaça direta” à segurança de seu país, a menos que incluísse o posicionamento de armas em seus territórios.
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