O Ministério da Defesa da Rússia reconheceu nesta sexta-feira que foram as tropas de assalto da companhia militar privada Wagner que tomaram o reduto ucraniano de Soledar, na maior vitória russa desde julho de 2022.
“Em relação ao ataque à área urbana de Soledar, ocupada pelo Exército ucraniano, esta missão foi realizada de forma corajosa e abnegada pela ação dos voluntários das tropas de assalto da companhia militar privada Wagner”, afirma o comunicado da pasta de Defesa russa.
Além disso, destaca que a ofensiva contra Soledar contou com a participação de diferentes tipos de tropas, o bombardeio de artilharia pesada e aviação, e o bloqueio da cidade pelo norte e pelo sul, com o objetivo de impedir tanto a chegada de reforços como a retirada de tropas ucranianas.
A pasta de Defesa russa também explica que decidiu emitir um esclarecimento por insistência da imprensa.
Em um pronunciamento anterior, o porta-voz da Defesa, Igor Konashenkov, não fez nenhuma menção às tropas da Wagner, o que causou grande desconforto entre alguns círculos de veteranos e nas redes sociais.
“Constantemente tentam roubar a vitória dos mercenários da Wagner e falam sobre a presença de alguém, que não está clara, apenas para menosprezar seus méritos”, disse Yevgeny Prigozhin, fundador deste grupo, em seu canal no Telegram.
Nos últimos meses, Prigozhin criticou o alto comando do Ministério de Defesa e do Exército russo pela falta de progresso no campo de batalha no âmbito da invasão.
Konashenkov declarou no pronunciamento que, durante a operação, “unidades das forças aerotransportadas realizaram uma manobra secreta de uma direção diferente, atacaram com sucesso as posições das Forças Armadas da Ucrânia, ocuparam alturas de comando e bloquearam a cidade pelo norte e pelo sul”.
Por outro lado, no dia 11, quando já anunciou a tomada da cidade, Prigozhin garantiu que na ofensiva em Soledar “participaram apenas combatentes do grupo Wagner e de nenhuma unidade militar” do Exército russo.
Além disso, o chefe da Wagner publicou hoje, em seu Telegram, a declaração do líder da Liga para a Proteção dos Interesses dos Veteranos de Guerras Locais e Conflitos Militares, Andrei Troshev.
“Não havia um único paraquedista em Soledar, os próprios paraquedistas confirmam. Soledar foi tomada apenas pelo esforço dos combatentes da Wagner. E não há necessidade de ofender os combatentes diminuindo seu mérito. Eles os estão desmotivando. Devemos lutar e não nos indispor com os membros e roubar os méritos de outras pessoas”, destacou Troshev.
Em uma tentativa de reforçar suas posições diante das críticas de Prigozhin e de especialistas militares e blogueiros, o ministro da Defesa, Sergei Choigu, nomeou esta semana o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, como o novo comandante das forças russas na Ucrânia.
Gerasimov substituiu o general Sergei Surovikin, que assumiu o cargo há apenas três meses e cuja decisão de lançar bombardeios maciços contra a infraestrutura civil ucraniana foi elogiada por Prigozhin.
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