O Conselho Europeu de Relações Exteriores analisou as declarações oficiais da Coreia do Norte sobre a realização de um ataque nuclear preventivo e revelou uma lista de possíveis alvos que inclui até civis.
O relatório, preparado por Léonie Allard, Mathieu Duchâtel e François Godement, do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR), tem como referência o período de cinco anos transcorridos desde que Kim Jong-un assumiu o poder:
A lista é a seguinte:
— EUA, Terra firme
— EUA, grandes cidades
— EUA, Manhattan
— EUA, Casa Branca
— EUA, Pentágono
— Ásia-Pacífico, bases americanas
— Ásia-Pacífico, Guam e Havaí
— Ásia-Pacífico, porta-aviões nucleares dos EUA
— Ásia-Pacífico, alvos existentes nos “teatros de operações” da Coreia do Sul
— Coreia do Sul, bases militares dos EUA na Coreia do Sul (Osan e Gunsan)
— Coreia do Sul, Pyeongtaek, Jungwon, Degu, Gyeryongdae
— Coreia do Sul, Seul
— Coreia do Sul, A Casa Azul (residência oficial do governo) e agências governamentais
— Japão, bases militares dos EUA no Japão e contra a força nuclear do Japão
— Japão, Yokosuka, Misawa, Okinawa
— Japão, terra firme: Tóquio, Osaka, Yokohama, Nagoya e Kyoto
O uso de armas nucleares está previsto, de acordo com o regime comunista, apenas no caso de “um ataque iminente contra a Coreia do Norte, especialmente um ataque de decapitação”, com o objetivo de eliminar as lideranças.
Nesses casos, Pyongyang diz que “está pronto para lançar um primeiro ataque preventivo”.
O anúncio da Coreia do Norte sobre os ataques preventivos, incluindo contra civis, apesar de ser apenas para dissuasão, não é muito confortante. As autoridades norte-coreanas poderiam alegar que sentiram um “ataque iminente” contra seu regime e então lançar suas armas nucleares.
As declarações do regime comunista “aumentam as chances de um erro catastrófico”, afirma o relatório.
O documento argumenta que “devido à falta de inteligência confiável, o Exército Popular da Coreia poderia facilmente concluir que as operações militares dos Estados Unidos em torno da península seriam o primeiro passo de um ataque iminente, o que resultaria em um ataque nuclear preventivo de Pyongyang”.
“Apesar da existência de um pensamento racional e estratégico e da postura defensiva da estratégia de Pyongyang serem relativamente reconfortantes, existem várias características preocupantes na doutrina nuclear da Coreia do Norte”.
Os autores fazem as seguintes advertências sobre a Coreia do Norte:
— Não faz distinção entre ataques convencionais e nucleares na Coreia do Norte
— Não faz distinção entre alvos militares e civis em países inimigos
— Não define uma sequência de escalada do uso de armas convencionais contra objetivos militares ao uso de armas nucleares contra alvos civis
— Não estabelece um fim definido do uso de armas nucleares, nem uma avaliação das consequências de seu uso
Leia também:
• Coreia do Norte substitui guardas de fronteira após fuga de desertor
• Dezenas de professores se demitem nos EUA devido à violência estudantil
• Venezuela: inflação ultrapassa 4.000% e país entra em espiral de morte, alerta especialista