Por Reuters
CIDADE DO MÉXICO – O principal índice do México encerrou seu pior trimestre em 17 anos, em 31 de dezembro, puxado por dúvidas sobre como o novo governo esquerdista administrará a economia, bem como as preocupações com o crescimento e comércio globais.
O índice S & P / BMV IPC perdeu 15,89% no quarto trimestre, a maior queda em três meses desde o terceiro trimestre de 2001, quando os ataques terroristas de 11 de setembro atingiram os Estados Unidos.
Naquele trimestre o mercado caiu quase 19%.
Antes de assumir o cargo no início deste mês, o presidente Andrés Manuel López Obrador sacudiu os mercados financeiros quando, em 29 de outubro, anunciou que iria desfazer um novo aeroporto de US$ 13 bilhões, construído com base em uma pesquisa que foi amplamente criticada.
O sentimento do mercado também foi martelado por um projeto de lei elaborado pelo Movimento Nacional de Regeneração, de López Obrador, para limitar as taxas bancárias e outro para regular o setor de mineração.
A decisão deu início a uma disputa com alguns detentores de títulos de dívidas emitidas para financiar o aeroporto e levantou temores de que López Obrador poderia perseguir uma agenda caracterizada pela tomada arbitrária de decisões e uso frequente de referendos.
“Essas decisões não foram bem recebidas e o desconforto persistiu entre os investidores”, disse James Salazar, economista do CI Banco.
Após a oscilação anterior, em 31 de dezembro, o índice finalmente fechou em alta de 0,44 por cento, com 41.640,27.
Durante a crise financeira global no terceiro trimestre de 2008, a bolsa mexicana caiu 15,3%.
Os mercados globais estão deprimidos este ano pela disputa comercial dos Estados Unidos com a China, pela incerteza em torno da planejada saída da Grã-Bretanha da União Europeia e, mais recentemente, pela paralisação do governo federal dos Estados Unidos.
O reflexo cai em outras grandes bolsas de valores, o principal índice do México registrou seu pior desempenho anual em 10 anos, diminuindo 15,63% em 2018.
Ainda assim, o índice se estabilizou nas últimas semanas, tendo caído bem abaixo do nível de 40.000 no final de novembro.
O mercado provavelmente continuará se movimentando “lateralmente” durante o primeiro semestre de 2019 até que fique claro como Lopez Obrador está gerenciando as finanças públicas, disse Jorge Placido, analista da corretora Vector Casa de Bolsa.
“Os investidores estão dispostos a pagar e permanecer até que haja mais clareza sobre a economia”, disse Placido.
De Sheky Espejo & Miguel Gutierrez