A resolução aprovada nesta segunda-feira pelo Conselho de Segurança da ONU, que pela primeira vez em quase seis meses exigiu um cessar-fogo na Faixa de Gaza, transmite a ideia de que “o sangue de Israel é barato”, segundo disse o embaixador do país na ONU, Gilad Erdan.
Erdan discursou depois de a resolução ter sido aprovada por 14 votos a favor e uma abstenção, a dos Estados Unidos.
“Isto é uma farsa e estou enojado”, afirmou Erdan no final do seu discurso, no qual enviou uma mensagem indireta ao seu aliado americano: “Todos os membros do Conselho deveriam ter votado contra essa vergonhosa resolução”.
O diplomata destacou que o texto aprovado nesta segunda-feira apresenta “uma contradição moral” porque “pede um cessar-fogo sem o condicionar à libertação dos reféns, o que não só é inútil como sabota os esforços para libertá-los”.
O governo israelense já reagiu contra seu aliado americano por essa resolução, que desta vez os EUA não vetaram, e cancelou a viagem de dois conselheiros do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu à capital americana.
“Hoje, os Estados Unidos não vetaram o novo texto que pede um cessar-fogo sem a condição de libertar os sequestrados. Isto é um claro retrocesso em relação à sua posição constante no Conselho de Segurança desde o início da guerra”, lamentou o escritório do primeiro-ministro em comunicado.