Republicanos aproveitam “efeito Trump” e resistem no Congresso americano

04/11/2020 14:01 Atualizado: 04/11/2020 14:01

Por Agência EFE

A resistência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entre os eleitores, que contrariou muitas pesquisas, chegou também ao Congresso, onde, embora ainda não haja totalização dos votos, o Partido Republicano deve manter o controle do Senado e conseguido mais força na Câmara.

Nas últimas semanas, o panorama indicado pelas consultas de opinião era de que o Partido Democrata manteria a maioria entre os deputados e recuperaria o controle do Senado após seis anos, mas isso não foi confirmado, ao menos na apuração da preferência popular depositada nas urnas.

Antes da votação desta terça-feira – lembrando que houve milhões de eleitores enviando as escolhas pelo correio -, os republicanos tinham 53 senadores, contra 47 dos democratas, que, por sua vez, lançaram uma ambiciosa ofensiva, com candidatos moderados nos estados mais conservadores.

Os planos, no entanto, não saíram como o previsto, a começar pela reeleição do líder do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, do Kentucky, um dos primeiros a confirmar o retorno à casa legislativa. Depois vieram Lindsey Graham, da Carolina do Sul, e John Cornyn, do Texas.

“Tudo o que posso dizer é que isto foi avassalador. Nunca fui desafiado desta maneira e nunca recebi mais apoio do que nesta noite”, disse Graham, que teve 1,28 milhão de votos, contra 990 mil do democrata Jaime Harrison.

Na campanha, os candidatos republicanos, em grande maioria, destacavam o trabalho feio para Trump no Senado, em assuntos como a controversa confirmação relâmpago de Amy Coney Barrett como nova juíza da Corte Suprema americana.

Por outro lado, os democratas conseguiram ganhar com o astronauta aposentado Mark Kelly, que ficou com a cadeira que era do republicano John McCain, que morreu em 2018; e com o ex-governador John Hickenlooper, no Colorado.

No entanto, os democratas perderam no Alabama, onde tinham conseguido assento há dois anos, mais por deméritos do adversário, um ultraconservador que foi acusado de abuso sexual de menores.

Às 9h15 (de Brasília), a apuração indicava um empate em 47 senadores, com seis cadeiras a serem decididas, além da contabilização dos votos por correio.

DEMOCRATAS ENFRAQUECIDOS

O que parece mais claro, de acordo com as projeções da imprensa dos Estados Unidos, é que os democratas manterão o controle da Câmara dos Representantes e que a atual líder da casa, Nancy Pelosi, seguirá como a terceira maior autoridade do país, abaixo de presidente e vice do país.

Na apuração os votos depositados nas urnas, o partido da congressista conseguiria 188 deputados eleitos, contra 181 dos republicanos, que têm grandes chances de conquistar as cadeiras ainda indefinidas e reduzir fortemente a maioria do adversário.

Antes do pleito, a vantagem na Câmara dos democratas era ampla, por 232 a 197.

Quem não teve dificuldade para se reeleger foi o grupo apelidado de “The Squad” (A Brigada), formado pelas populares jovens congressitas Alexandria Ocasio-Cortez, Ilhan Omar, Rashida Tlaib e Ayanna Pressley, que venceram com folga.

Existe grande possibilidade, inclusive, da brigada se ampliar no próximo mandato, com a eleição de mais parlamentares ligadas à corrente do senador democrata Bernie Sanders, que ganharam um primeiro mandato.

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