Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Os primeiros-ministros da República Tcheca e da Polônia declararam conjuntamente em 9 de outubro que a União Europeia precisa fazer mais para combater a migração ilegal e condenaram a prática de restabelecer controles de fronteira entre os 27 estados-membros.
“Concordamos que é necessário fazer mais”, disse o primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, após se reunir com o primeiro-ministro polonês Donald Tusk e outros membros de seu governo em Praga.
Fiala afirmou que as reformas abrangentes no sistema de asilo da UE, aprovadas pelos países membros em maio, são “insuficientes” e precisam ser mais rigorosas.
A Hungria e a Polônia, que há muito se opõem a qualquer obrigação de os países abrigarem migrantes ilegais ou pagarem por seus cuidados, votaram contra o pacote, mas não conseguiram bloqueá-lo.
A República Tcheca se absteve de votar.
“Também temos uma visão negativa sobre o restabelecimento de controles de fronteira de longo prazo nas fronteiras internas da União Europeia”, disse Fiala.
Tusk ecoou esses sentimentos, dizendo: “A tarefa da UE é proteger suas fronteiras externas e minimizar a migração ilegal, em vez de criar fronteiras internas ou buscar mecanismos para realocar grupos de migrantes ilegais dentro da Europa”.
Tusk, cujo país assumirá a presidência rotativa da UE em janeiro, disse que apresentaria seu plano de longo prazo para lidar com a migração em nível europeu no dia 12 de outubro.
O premiê polonês mencionou especificamente as pressões migratórias na fronteira Polônia-Bielorrússia, culpando o presidente autoritário da Bielorrússia, Aleksander Lukashenko, e o líder russo, Vladimir Putin.
Tusk afirmou que “milhares de soldados, policiais e guardas de fronteira poloneses estão envolvidos diariamente na luta” na fronteira, onde a situação se assemelha a um “cenário de guerra”.
A imigração ilegal dominou as eleições para o Parlamento Europeu em junho e influenciou as recentes eleições estaduais no leste da Alemanha, onde o partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha venceu pela primeira vez.
A Alemanha anunciou no mês passado que estava expandindo os controles de fronteira em torno do país após uma série de ataques extremistas recentes perpetrados por migrantes ilegais e requerentes de asilo.
Berlim também retomou recentemente os voos de deportação para o Afeganistão após protestos contra os ataques a faca.
A partir de 16 de setembro, a Alemanha estabeleceu controles de fronteira em suas fronteiras terrestres com França, Luxemburgo, Holanda, Bélgica e Dinamarca.
“Estamos fortalecendo nossa segurança interna com ações concretas e mantendo nossa postura rígida contra a migração irregular”, disse a ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, na época.
De acordo com as regras da União Europeia, os países da área Schengen — que inclui todos os países da UE, exceto Chipre e Irlanda — só podem introduzir controles de fronteira como último recurso para evitar ameaças à segurança interna ou à ordem pública.
Em outubro de 2023, a Alemanha anunciou controles temporários de fronteira com Polônia, República Tcheca e Suíça para combater o contrabando de forma mais eficaz e limitar a imigração ilegal.
Isso gerou um atrito entre Berlim e Varsóvia, com Tusk cancelando uma viagem à Alemanha no mês passado, quando estava programado para receber um prêmio em Potsdam.
As relações entre Varsóvia e Berlim vinham melhorando desde que Tusk e sua coalizão pró-UE assumiram o poder em dezembro de 2023, mas a relutância da Alemanha em se comprometer com o financiamento conjunto para a defesa da União Europeia e o fortalecimento de sua fronteira oriental causaram frustração na Polônia.
A Polônia, devido à sua localização na fronteira oriental do bloco, enfrenta uma crise migratória desde 2021, que alega ser orquestrada por Belarus e Rússia.
Em setembro, Tusk disse que a Polônia não precisava de controles mais rígidos em sua fronteira ocidental com a Alemanha, mas sim de mais engajamento de Berlim e outros na segurança da fronteira externa da UE.
A Associated Press contribuiu para esta reportagem