Por Douglas Burton
Defensores da liberdade religiosa em Washington estão protestando contra a prisão, no dia quatro de novembro, do repórter do Epoch Times Luka Binniyat, o qual tem estado na vanguarda do relato às atrocidades contra os cristãos nigerianos.
“Este é um desenvolvimento alarmante. Se um jornalista, relatando a recusa do governo em processar aqueles envolvidos em atrocidades de motivação religiosa, foi preso por sua [reportagem], isso seria mais uma prova de que o governo da Nigéria é cúmplice da flagrante e sistemática perseguição religiosa na Nigéria”, Tony Perkins, presidente do Conselho de Pesquisa da Família, declarou ao Epoch Times.
A acusação contra Binniyat provavelmente será “mentira prejudicial e incitamento”, de acordo com Reuben Buhari, um colega jornalista freelancer e amigo, que visitou Binniyat na tarde do dia seis de novembro. Buhari afirmou que a prisão é provavelmente ligada à mais recente história de Binniyat ao The Epoch Times, “Na Nigéria, a polícia considera os massacres ‘perversos’ mas não fazem prisões”.
Binniyat provavelmente enfrentará acusações oficiais em uma audiência no tribunal no dia oito de novembro, de acordo com Buhari.
As autoridades policiais não responderam aos pedidos de comentários até o momento.
“É um ultraje contra a justiça que as autoridades da Nigéria tenham permitido que extremistas violentos Fulani, que destroem aldeia após aldeia, fiquem impunes sem investigação, processo ou punição, ao mesmo tempo em que são velozes para encher a prisão com o corajoso jornalista relatando esses massacres de civis inocentes”, Nina Shea, diretora do Instituto Hudson à liberdade religiosa, afirmou ao Epoch Times.
“A recente prisão de Luka Binniyat – depois de relatar os massacres para um meio de comunicação americano – continua um encobrimento sistemático do governo às atrocidades dos Fulani contra aldeões cristãos pacíficos.”
“Esta é mais uma prova de que um genocídio étnico-religioso está sendo cometido no norte da Nigéria e o está sendo feito com conluio oficial. A menos que o presidente [Muhammadu] Buhari, o próprio filho de um chefe Fulani, garanta a libertação imediata de Binniyat e apresente um caso imparcial contra os terroristas, Washington deve agir.”
A história em questão centrava-se no fato de que a polícia e oficiais militares falharam ao não realizar nenhuma prisão um mês após o horrível massacre de 38 homens, mulheres e crianças, que estavam desarmados, na aldeia de Madamai, no estado de Kaduna, no dia 26 de setembro.
“Não fui informado, até agora, sobre nenhuma prisão em relação a triste violência que aconteceu em Madamai no mês passado”, relatou o porta-voz da polícia, Mohammad Jaliga, a Binniyat para essa história publicada em 29 de outubro. “Se houvesse qualquer prisão, seria comemorada por nós, e gostaríamos de exibir os suspeitos ao público para que eles soubessem que não podemos tolerar tais atos de maldade no estado de Kaduna”.
Na história, Binniyat apontou que os porta-vozes da polícia usaram a palavra “confronto” para descrever ataques unilaterais de homens fortemente armados contra homens, mulheres e crianças desarmados. Mais de um mês após o massacre, a polícia de Kaduna não fez nenhuma prisão, nenhum processo e praticamente não deu explicações.
Binniyat é um jornalista rodeado de inimigos desde sua prisão em Kaduna, em 2017, por várias acusações, incluindo “violação da paz”, de acordo com o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ).
“Acusar um jornalista de ‘violação da paz’ simplesmente por informar o público é inaceitável, e jogá-lo arbitrariamente na prisão quando ele aparece para uma audiência é ultrajante”, afirmou a coordenadora do Programa do CPJ para a África, Angela Quintal, em julho de 2017.
O CPJ também está acompanhando a situação atual de Binniyat, de acordo com Jonathan Rozen, pesquisador sênior do programa da África do CPJ.
Binniyat está entre vários jornalistas ativos conhecidos por serem críticos do governo, e que foram acusados de “incitamento”. Alguns, como os jornalistas de Internet Steven Kefas e George Makeri, apresentam suas reportagens com locais não divulgados, nos estados do Cinturão Médio da Nigéria, por medo de serem mantidos presos por meses sem fiança.
O jornalista Jones Abiri foi mantido por dois anos em prisões secretas e subterrâneas. Abiri declarou ao Epoch Times que não possui liberdade para relatar sua experiência na prisão, uma vez que um processo contra ele está em andamento.
Quando Kefas saiu de uma prisão em Kaduna, em 2020, após uma estadia de cinco meses, ele estava com doenças tropicais, incluindo malária. Até mesmo o falecido Obadiah Malafaia, um antigo alto funcionário do governo, foi preso no outono de 2020 e preenchia suas opiniões, em 2021, enquanto estava escondido até falecer em um hospital de Jos, Nigéria, em 2021.
“Em termos gerais, a liberdade de imprensa na Nigéria está sob ameaça enquanto jornalistas temerem ser detidos por seu trabalho”, afirmou Rozen ao Epoch Times.
Binniyat foi creditado como um de vários repórteres do Epoch Times cujas reportagens factuais das atrocidades chamaram a atenção da correspondente de guerra da Fox News, Lara Logan.
Mais de 43.000 cidadãos cristãos foram assassinados por mercenários islâmicos radicalizados no Cinturão Médio ou por insurgentes fortemente armados ligados ao braço nigeriano do Estado Islâmico do Iraque e Síria (ISIS) desde 2015, de acordo com o documentário de Logan sobre a carnificina na Nigéria que começou a ser transmitido no site da Fox Nation, no dia 27 de setembro.
A limpeza religiosa na Nigéria que Logan documentou atraiu pouca atenção da mídia em todo o mundo. Por outro lado, o documentário de Logan pode estar atraindo maior atenção do ocidente às vítimas.
“O filme de Lara Logan mencionando o trabalho de Binniyat e outros jornalistas do Epoch Times pode ter chamado a atenção das autoridades nigerianas”, afirma Dick Andzenge, um imigrante da Nigéria e professor de justiça criminal e vitimologia na St. Cloud State University.
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