Relatório Mueller levanta questões importantes sobre a irresponsável resposta de Obama à interferência eleitoral da Rússia

26/04/2019 22:46 Atualizado: 27/04/2019 11:01

Por Steven Rogers

Comentário

O relatório Mueller fez mais do que apenas desmascarar o falso embuste do conluio. Também revelou que o presidente Obama era muito corrupto ou incompetente para proteger os Estados Unidos de uma ameaça de inteligência estrangeira.

Enquanto o Conselho Especial Robert Mueller determinou que a Campanha Trump não condizia com os esforços da Rússia de forma alguma, ele também afirmou enfaticamente que o governo russo se engajou em numerosos esforços para influenciar o resultado da eleição de 2016 por conta própria.

Neste ponto, não há mais dúvida de que o governo Obama estava ciente dos esforços da Rússia para se intrometer na eleição de 2016 muito antes de 8 de novembro. Notavelmente, porém, a Casa Branca não fez nada sobre a operação de Moscou até depois da votação; mesmo assim, a resposta foi fraca e ineficaz.

Aqueles que permanecem céticos em relação à chocante incapacidade do presidente Obama de proteger nossas instituições democráticas devem rever cuidadosamente o cronograma revelador de eventos que levaram à conclusão da investigação do Conselho Especial Robert Mueller e a eventual divulgação de seu relatório final.

Obama soube pela primeira vez dos planos da Rússia para interferir na eleição no início de 2014, quando oficiais da inteligência teriam avisado a Casa Branca sobre o esforço elaborado de Moscou para se infiltrar e atrapalhar o processo político dos Estados Unidos.

“O governo Obama recebeu vários alertas das autoridades de segurança nacional entre 2014 e 2016 de que o Kremlin estava aumentando suas operações de inteligência e construindo redes de desinformação que poderiam usar para atrapalhar o sistema político dos Estados Unidos”, informou o Politico em 2017.

Obama não tomou nenhuma ação significativa para combater esses esforços.

No verão de 2016, a Casa Branca sabia que os russos estavam por trás dos infames ataques cibernéticos que levaram à divulgação de documentos democratas roubados. De maneira chocante, o governo Obama instruiu os oficiais do Conselho de Segurança Nacional (NSC) que estavam desenvolvendo uma estratégia de retaliação para “se afastar”.

Depois que Donald Trump venceu a eleição de 2016, Obama finalmente autorizou sanções limitadas contra a Rússia – mas seu débil esforço para revidar contra o Kremlin foi tão risível que até mesmo os autores das sanções os descreveram como “amplamente simbólicos”.

Na época, até mesmo alguns democratas criticaram o governo Obama por sua reação letárgica, incluindo o deputado Adam Schiff, que afirmou que a Casa Branca “deveria ter feito muito mais” para frustrar as operações de Vladimir Putin “quando ficou claro que não só a Rússia interveio, mas estava sendo dirigida pelos níveis mais altos do Kremlin.” Michael McFaul, que serviu como embaixador de Obama na Rússia de 2012 a 2014, também criticou as fracas sanções dos Estados Unidos, argumentando que  “a punição não se encaixava no crime”.

Infelizmente, a crítica do Partido Democrata à incompetência de Obama rapidamente desapareceu quando ficou claro que os esforços da Rússia para influenciar o resultado da eleição poderiam ser usados como base para acusações falsas de “conspiração” contra o presidente Trump.

O relatório Mueller é uma bomba de segurança nacional que detalha os extensos esforços da Rússia para se infiltrar no sistema político dos Estados Unidos e, ao fazê-lo, representa uma condenação jurídica do fracasso do presidente Obama em defender o país adequadamente de um adversário estrangeiro.

A única coisa que o relatório de Mueller não explica é por que Obama não fez nada sobre a intromissão russa até que fosse tarde demais. Foi apenas a sua habitual incompetência desinteressada em jogo, ou as raízes do embuste do conluio vão ainda mais longe do que pensávamos?

Corrupto ou incompetente? É uma questão importante, e o Procurador Geral Bill Barr, que tem um claro compromisso com o estado de direito e renovando a integridade do Departamento de Justiça, sem dúvida chegará ao fundo da questão.

Steven Rogers é um oficial de inteligência aposentado da Marinha dos Estados Unidos e ex-membro da Força Tarefa Conjunta Nacional contra o Terrorismo do FBI. Ele é membro do Donald J. Trump para o Conselho Consultivo da Campanha Presidencial 2020.