O relacionamento entre a Venezuela e os Estados Unidos chegou ao pior momento da história, declarou o ditador venezuelano Nicolás Maduro nesta terça-feira (22) em um discurso para a imprensa mundial realizada no palácio presidencial e televisionado para todo o país. “Infelizmente estamos no pior momento do relacionamento com o governo dos Estados Unidos”, afirmou.
Maduro disse que ele e o presidente norte-americano, Donald Trump, precisam tratar um ao outro com respeito, que as relações bilaterais precisam retornar à normalidade e que um diálogo precisa ser estabelecido.
Nas primeiras semanas de agosto, no transcorrer de uma sessão relâmpago com jornalistas em Washington, Trump declarou: “As pessoas estão sofrendo e estão morrendo. Temos muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar, se necessário”.
Ao longo do seu discurso desta terça-feira, Maduro se alongou ao falar sobre as ações que os EUA praticaram na região e em outras localidades, citando especialmente a guerra no Iraque.
Maduro, assim como Hugo Chávez, que o antecedeu na presidência, profere com frequência palavras contra Washington, país que ele culpa pelos problemas de sua própria nação, entre eles a inflação sem controle e a falência da moeda nacional.
Recentemente, Caracas exerceu dura repressão contra os opositores de Maduro, como por exemplo a procuradora-geral Luisa Ortega. Ela e seu marido, que é parlamentar, fugiram para a Colômbia na semana passada, após declarar que temia por sua vida.
Na madrugada desta quarta-feira (23), Ortega desembarcou no Brasil. Ela veio a Brasília participar de um evento realizado pela Procuradoria Geral da República.
Em seu discurso ontem, Maduro afirmou que a Venezuela irá pedir um mandado de prisão internacional contra Ortega, a quem ele acusa de ter trabalhado com os Estados Unidos durante longo período.
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