Por EFE
Londres, 20 jul – O secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, anunciou nesta segunda-feira que suspenderá o tratado de extradição com Hong Kong “de maneira imediata e indefinida” e que aplicará à ex-colônia britânica o embargo de armas que já afeta a China.
Em discurso ao Parlamento, Raab criticou a nova lei de segurança nacional imposta por Pequim a Hong Kong, medida que compromete a independência jurídica da região, e explicou que o governo britânico “protegerá sempre” os “interesses vitais” de Hong Kong.
“Serei claro sobre isto: queremos trabalhar com a China. Há uma enorme margem para um envolvimento positivo e construtivo, grandes oportunidades em relação ao aumento do comércio e da cooperação para erradicar os efeitos das mudanças climáticas”, disse o secretário.
No entanto, embora o governo britânico esteja interessado em incentivar esta “relação positiva”, Raab disse que está consciente dos “desafios” que se aproximam, incluindo a atitude de Pequim em relação à antiga colônia.
“Temos sido claros quanto à nova lei de segurança nacional que a China impôs a Hong Kong, uma violação grave e clara da declaração conjunta de Reino Unido e China e, com ela, uma violação das obrigações internacionais livremente assumidas pela China”, comentou o político.
Raab explicou que, “dado o papel desempenhado pela China na segurança interna de Hong Kong e a autoridade que está exercendo com a imposição da legislação, o Reino Unido estenderá a Hong Kong o embargo de armas que já aplica à China desde 1989”.
Sobre este ponto, Raab pontuou que a extensão deste embargo “significará que não haverá exportações do Reino Unido para Hong Kong de armas potencialmente letais, seus componentes ou munições, e significará também uma sanção sobre a exportação de qualquer equipamento que ainda não esteja vetado, mas que possa ser utilizado para repressão interna”.
“O governo decidiu suspender o tratado de extradição imediata e indefinidamente” e não considerará a possibilidade de reativar estas disposições até que haja “garantias claras” para evitar que a extradição do Reino Unido seja indevidamente utilizada sob a nova legislação de segurança nacional.
Após o governo excluir a chinesa Huawei do desenvolvimento da rede 5G no território britânico na semana passada, o anúncio de Raab marca nesta segunda-feira mais um passo no aumento da tensão entre Reino Unido e China.