Reino Unido acusa Rússia de ciberataque, diz que não tolerará distúrbios

16/02/2018 22:35 Atualizado: 16/02/2018 22:35

Por Reuters

A Grã-Bretanha culpou a Rússia na quinta-feira, 15 de fevereiro, por um ciberataque ocorrido no ano passado, apontando o dedo para Moscou por espalhar um vírus que afetou empresas em toda a Europa, incluindo a Reckitt Benckiser, com sede no Reino Unido.

A Rússia negou a acusação, dizendo que isso faz parte da campanha de “russofobia” que alguns países ocidentais estavam travando contra o país.

O ciberataque chamado “NotPetya” começou em junho de 2017 na Ucrânia, onde paralisou os computadores do governo e de empresas privadas antes de se espalhar por todo o mundo, interrompendo as operações de portos, fábricas e escritórios.

O Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha disse que o ataque se originou dos militares russos.

“A decisão de atribuir publicamente este incidente destaca o fato de que o Reino Unido e seus aliados não tolerarão a atividade cibernética maliciosa”, afirmou o ministro num comunicado.

“O ataque foi mascarado como um empreendimento criminoso, mas seu objetivo era principalmente causar distúrbios”, afirmou.

“Alvos primários foram os setores financeiros, energéticos e governamentais ucranianos. Seu projeto indiscriminado fez com que se espalhasse ainda mais, afetando outros negócios europeus e russos.”

Moscou já havia negado anteriormente estar por trás do ciberataque NotPetya e, na quinta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia “categoricamente nega as alegações”.

“Nós consideramos [as alegações]… infundadas. Isso não passa da continuação de uma campanha russófoba sem fundamento”, disse Peskov em entrevista coletiva com repórteres.

Reckitt, um fabricante de bens de consumo, bem como a empresa de navegação dinamarquesa AP Moller-Maersk, estavam entre os afetados, com o custo total do ataque chegando a centenas de milhões de libras.

O ministro da defesa britânico, Gavin Williamson, disse que o ataque fazia parte de uma nova era de guerra e a Grã-Bretanha precisava estar pronta para responder. “Devemos estar preparados e prontos para enfrentar essas ameaças sérias e crescentes”, disse ele num comunicado.

Recentemente, a Grã-Bretanha tornou-se mais crítica sobre a ameaça representada pela Rússia num momento em que alguns membros do Partido Conservador do governo manifestaram sua preocupação com o impacto dos cortes nos gastos da defesa.