Os regimes da Nicarágua e do Irã assinaram um memorando de cooperação e consultas públicas durante a visita do chanceler iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, ao país centro-americano, segundo informou o Executivo nicaraguense nesta quinta-feira.
“Com a assinatura deste memorando, os dois países irmãos adotam um mecanismo de coordenação e consultas regulares, incluindo reuniões de trabalho sobre temas de interesse mútuo e apoio no âmbito internacional”, disse à imprensa local o ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, Denis Moncada.
A assinatura do chamado “Memorando de Entendimento sobre o Mecanismo de Cooperação e Consultas Políticas” ficou a cargo de Moncada e do seu homólogo iraniano.
Desde suas respectivas revoluções em 1979, o Irã e os sandinistas nicaraguenses, atualmente no poder, mantiveram relações estreitas que se expressam em sua visão sobre questões políticas internacionais, incluindo a rejeição aos Estados Unidos, responsável pela maioria das sanções aplicadas, principalmente, diante das frequentes violações de direitos humanos praticadas pelos regimes.
“Queremos ratificar que as sanções são uma ferramenta terrorista do imperialismo, que através dessa ferramenta ataca países independentes e soberanos”, afirmou o chanceler iraniano, durante a assinatura do memorando.
Já Moncada reiterou que, além dos laços de “solidariedade internacional” entre Nicarágua e Irã, o acordo agregará relações de investimento, cooperação integral, econômica e comercial.
O memorando complementará um acordo de cooperação anterior, assinado entre Moncada e Amir-Abdollahian em dezembro do ano passado, em áreas como energia, ciência, tecnologia, saúde e vacinas, explicou o chanceler nicaraguense.
Segundo informação oficial, o memorando foi assinado ontem à noite a portas fechadas e uma comissão mista ficará encarregada de rever periodicamente o andamento dos acordos.
O chefe da diplomacia iraniana iniciou ontem, quarta-feira, sua viagem pela Mauritânia, na África Ocidental, continuou na Nicarágua, e seguirá pela Venezuela.
Esta é a segunda visita de um representante do regime iraniano à Nicarágua desde janeiro de 2022, quando Teerã enviou à cerimônia de “posse” de Ortega, Mohsen Rezai, um dos acusados pela Justiça argentina pelo atentado de 1994 contra a mutual judaica AMIA, de Buenos Aires.
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