O regime da Venezuela lembra nesta terça-feira o 11º aniversário da morte do ex-ditador Hugo Chávez, fundador da chamada revolução bolivariana, um movimento esquerdista que começou com sua ascensão ao poder em fevereiro de 1999 e vem sendo levado adiante por seu sucessor, o atual líder Nicolás Maduro.
Na rede social X, inúmeras autoridades, funcionários, instituições estatais e empresas públicas publicaram mensagens em homenagem àquele que é considerado uma das figuras mais polêmicas do início deste século na América Latina, que comandou por 14 anos até sua morte, em decorrência de um câncer.
Maduro pediu aos venezuelanos que continuem defendendo a imagem e o legado do “eterno comandante”, como o governo costuma chamá-lo, e garantiu que a revolução bolivariana está “destinada a avançar com verdade e justiça social”, de acordo com o que Chávez ensinou.
Na mesma linha, o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil, destacou que o legado de Chávez, de quem lembra como um “defensor do socialismo e opositor do imperialismo”, perdura.
Por sua vez, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, comentou que o povo ficou “cheio de tristeza e desolação” com a notícia, há 11 anos, da morte de Chávez, o “líder revolucionário que reanimou o espírito patriótico de todos os venezuelanos”.
“Inspirados pela ideologia e pela imensidão de sua obra, resistimos firmemente contra as hostes imperialistas que historicamente nos atacaram”, disse Padrino em uma postagem no X.
O chavismo se mobilizará nesta terça-feira em Caracas e realizará outras atividades promovidas pelo Executivo e pelo governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) em memória de seu líder.
Além disso, a Assembleia Nacional (AN, Parlamento), controlada pelos chavistas, planeja discutir uma minuta de acordo para lembrar o 11º aniversário da “mudança de paisagem e semeadura do comandante eterno”.
A realidade da revolução bolivariana
O legado de Chávez e de sua revolução socialista, continuada pelo ditador Nicolás Maduro, é uma crise econômica e hiperinflação acentuada na Venezuela, resultando em escassez de alimentos e medicamentos, desemprego em massa e uma queda acentuada no padrão de vida da população, que gerou uma grave crise humanitária, com milhões de venezuelanos enfrentando dificuldades para obter necessidades básicas.
O regime de chavista tem sido associado a violações dos direitos humanos e à repressão política, incluindo detenções arbitrárias, tortura e perseguição de opositores políticos, jornalistas e ativistas. Na ditadura bolivariana não há liberdade de expressão e de imprensa na Venezuela.
Devido à crise econômica e política, milhões de venezuelanos fugiram do país em busca de melhores condições de vida. O êxodo em massa resultou em uma crise migratória regional, só no Brasil segundo dados atualizados das Nações Unidas, vivem cerca de 560 mil refugiados venezuelanos.
A concentração de poder nas mãos do governo central da ditadura chavista destruiu as instituições democráticas e judiciais, contribuindo para um colapso institucional na Venezuela. Resultando em uma governança ineficaz, falta de Estado de Direito e deterioração do sistema democrático,
O regime chavista é acusado de envolvimento com o narcotráfico e terrorismo internacional, sendo considerado por alguns analistas um Narcoestado cada vez mais afastado das nações livres e democráticas, mas um aliado próximo de regimes como o da China, Rússia, Irã, Cuba, Coreia do Norte e Nicarágua,