O regime do Irã denunciou vários jornalistas, meios de comunicação e um ativista por “perturbar a segurança psicológica da sociedade” em relação ao ataque iraniano de sábado (13) contra Israel, segundo informou a agência de notícias Mizan.
Desde sábado, pelo menos dois jornalistas, dois jornais e um ativista foram denunciados pelos seus comentários ou pela cobertura do ataque de mísseis e drones contra Israel, relatou a Mizan, que é vinculada ao Judiciário iraniano.
As denúncias são divulgadas depois de a Inteligência da Guarda Revolucionária ter alertado em um comunicado no domingo que puniria aqueles que “ferissem os sentimentos da grande nação do Irã” com suas atividades nas redes sociais em defesa de Israel.
O Ministério Público de Teerã apresentou na segunda-feira uma queixa contra o ativista político e documentarista Hosein Dehbashi e o convocou para explicar seus comentários nas redes sociais.
“O ataque da noite passada foi um espetáculo deficiente e fracassado, que alimentou preocupações sobre a real capacidade de defesa do país”, escreveu Dehbashi na rede social X sobre a resposta de Teerã ao ataque ao consulado em Damasco, que causou a morte de sete membros da Guarda Revolucionária no dia 1º de abril.
A procuradoria da capital iraniana também apresentou queixas contra os jornais Etemad e Jahan Sanat, bem como contra o diretor-geral do jornal Eskan News, Yashar Soltani, e o analista Abas Abdi, que em uma coluna de opinião questionou a resposta do Irã a Israel.
“Ao contrário da crença popular, acredito que o ataque de Israel foi basicamente uma reação e não exigiu a resposta e reação do Irã”, escreveu Abdi no Etemad, um jornal reformista.
Após a denúncia, o jornalista criticou a repressão contra “escritores independentes” e afirmou que irá “se abster de escrever” sobre o recente conflito entre o Irã e Israel.
“A continuação destas denúncias tornará ineficazes e desacreditará os textos em defesa do ataque do Irã e os de crítica e rejeição a Israel”, disse Abdi em sua conta X.