Por EFE
Caracas, 13 jan – O governo de Nicolás Maduro criticou nesta segunda-feira as sanções impostas pelos Estados Unidos ao deputado Luis Parra, reconhecido pelo chavismo e por um pequeno grupo de dissidentes da oposição como presidente da Assembleia Nacional da Venezuela.
O Departamento do Tesouro dos EUA sancionou Parra e outros seis parlamentares venezuelanos por considerá-los líderes de “uma tentativa fracassada de tomar ilegitimamente o controle do Legislativo e por tentar evitar a reeleição do líder opositor Juan Guaidó como presidente deste órgão”.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela disse que “rechaça essa nova agressão americana”, que “busca interferir no bom funcionamento das instituições democráticas do país”.
Para o governo chavista, as sanções são uma “medida arbitrária” contra Parra, com as quais “o governo de Donald Trump pretende ocultar seu manifesto fracasso na tentativa de impor uma mudança de governo por meio da força na Venezuela”.
“(Os EUA) aprofundam sua intromissão nos assuntos internos da Venezuela a ponto de se envolver em assuntos exclusivos do parlamento venezuelano, com a insólita intenção de designar a partir de Washington as autoridades do poder legislativo venezuelano”, escreveu o governo chavista na nota.
“Essas gravíssimas ações unilaterais são contrárias ao direito internacional e atentam contra a estabilidade, a paz e a autodeterminação do povo venezuelano”, completa o ministério.
O governo de Maduro pede que a comunidade internacional condene os novos ataques dos EUA contra a soberania e as instituições democráticas da Venezuela. Segundo o comunicado, as decisões do parlamento são “autônomas em relação a outros poderes do Estado”.
Como consequência das sanções, Parra e outros seis deputados que o apoiaram tiveram seus ativos bloqueados nos Estados Unidos e estão proibidos de realizar qualquer transação financeira com cidadãos americanos.
Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por Trump, foi impedido pelas forças de segurança de entrar na Assembleia Nacional na votação na qual buscava ser reeleito como líder do parlamento.
Sem a presença da oposição, Parra, então, foi eleito com apoio dos chavistas e dos dissidentes sancionados hoje pelos EUA.