O regime da Venezuela advertiu que dará uma “resposta forte” à transferência do avião da companhia aérea venezuelana Emtrasur Cargo – que chegou à Argentina em junho de 2022 com tripulantes venezuelanos e iranianos suspeitos de espionagem – de Buenos Aires aos Estados Unidos, onde desembarcou nesta segunda-feira para entrega às autoridades.
Após tomar conhecimento que a aeronave deixou Buenos Aires na madrugada desta segunda, o regime de Maduro emitiu um comunicado no qual garantiu que a “Venezuela, livre e soberana, dará uma resposta contundente, direta e proporcional a este ataque, para o qual utilizará todos os recursos disponíveis dentro da Constituição nacional, da diplomacia e do Direito Internacional”.
Na carta, divulgada na rede social X, ex-Twitter, pelo chanceler venezuelano, Yván Gil, Caracas destacou que a transferência representa a consumação de um “roubo flagrante”, depois do “conluio” entre Washington e Buenos Aires, que “de forma astuta violaram todos os regulamentos que regulam a aeronáutica civil”.
Trata-se também de uma “vergonhosa operação voraz” que se soma à lista de “agressões criminosas” contra a Venezuela realizadas pelos EUA e que inclui, disse, “o sequestro de bens” e “a aplicação de mais de 930 sanções ilegais”.
O regime venezuelano insistiu que exercerá “todas as ações que permitam restabelecer a justiça e devolver a aeronave ao seu legítimo proprietário”.
O Departamento de Justiça americano informou hoje em um comunicado que a aeronave foi “devolvida com sucesso” para entrega às autoridades.
O Boeing 747 chegou hoje ao distrito sul da Flórida vindo do Aeroporto Internacional de Buenos Aires, na cidade de Ezeiza, de onde partiu à 1h30 (hora local).
A aeronave era propriedade da empresa iraniana Mahan Air e atualmente pertencia à Emtrasur Cargo, subsidiária da estatal venezuelana Coviasa, empresas que são sancionadas pelo Departamento do Tesouro americano.
O avião chegou à Argentina em 6 de junho de 2022 com uma tripulação de cinco iranianos e 14 venezuelanos, que foram inicialmente detidos pela Justiça argentina e libertados por falta de provas do crime de financiamento de atividades terroristas.
A Justiça argentina havia ordenado o confisco do avião no início deste ano em resposta a uma solicitação feita em outubro de 2022 pelo Tribunal do Distrito de Columbia dos Estados Unidos, que pedia às autoridades argentinas o confisco da aeronave, que é alvo de investigação por possíveis ligações ao terrorismo internacional.