No último fim de semana, o regime de Nicolás Maduro permitiu apenas a entrada de água na embaixada da Argentina, enquanto alimentos e outros suprimentos essenciais foram bloqueados por pelo menos um dia, conforme noticiou a CNN na sexta-feira (13).
A medida teve como alvo os seis asilados, membros da equipe de María Corina Machado, líder da oposição a Maduro, que buscaram refúgio na embaixada em março, após um mandado de prisão ter sido expedido contra eles.
O ditador comunista cercou a embaixada com policiais e agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência. Conforme a CNN, os alimentos só puderam entrar após intermediação de interlocutores brasileiros com a administração venezuelana.
A embaixada argentina está sob custódia do Brasil, que assumiu a representação em agosto após a saída do embaixador argentino da Venezuela. Na última sexta-feira (6), o governo venezuelano revogou a autorização para que a diplomacia brasileira exercesse as funções argentinas.
Entretanto, o Brasil afirmou que só deixaria o posto após a Argentina designar oficialmente outro país para assumir a representação.
Maduro alegou ter “provas” de que a sede diplomática argentina está sendo usada para “atividades terroristas” e uma “tentativa de assassinato” contra ele e sua vice-presidente. O ditador também cortou a eletricidade no prédio consular durante o cerco policial.
Os asilados na embaixada argentina são: Pedro Urruchurtu, Magalli Meda, Claudia Macero e Humberto Villabolos, todos importantes colaboradores de María Corina Machado, além do ex-deputado Omar Gonzáles e do dirigente opositor Fernando Martínez Mottola.
O governo de Javier Milei tem tentado obter um salvo-conduto para eles, mas os pedidos têm sido recusados por Maduro.
Normas internacionais diplomáticas
Diante das medidas hostis, o governo argentino lembrou a Venezuela de suas responsabilidades na proteção das missões diplomáticas.
De acordo com as normas internacionais, o país anfitrião tem a obrigação de garantir a segurança e integridade da missão estrangeira, protegendo-a de “invasões ou danos e preservar a tranquilidade e dignidade da mesma”.