O Ministério Público da do regime venezuelano está tramitando um pedido de mandado de prisão contra o presidente da Argentina, Javier Milei, pelo que considera “roubo” do avião venezuelano-iraniano que ficou retido em Buenos Aires desde junho de 2022 até fevereiro deste ano, quando foi enviado aos Estados Unidos.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab.
De acordo com ele, foram designados “dois promotores especializados no assunto, que estão realizando os procedimentos relevantes no caso e estão tramitando o mandado de prisão”, que se estende contra a secretária-geral da Presidência da Argentina e irmã do presidente, Karina Milei, e a ministra da Segurança, Patricia Bullrich.
“Isso, nas próximas horas, terá suas consequências em um tribunal competente aqui na Venezuela, com os respectivos mandados de prisão nos respectivos órgãos competentes, porque não pode ficar impune”, disse Saab.
Ele afirmou que, no caso do avião, que foi “totalmente desmontado” nos Estados Unidos, os crimes de “roubo agravado, lavagem de dinheiro, privação ilegítima da liberdade, simulação de um ato punível, interferência ilegal, inutilização da aeronave e associação criminosa” foram cometidos de acordo com a lei venezuelana.
Além disso, Saab informou a nomeação de um “promotor especializado na proteção dos direitos humanos para realizar as investigações correspondentes” contra Milei e Bullrich pelos “atos cometidos contra o povo argentino”.
“Poderíamos estar diante de graves violações de direitos humanos que poderiam constituir crimes contra a humanidade”, disse.
O procurador, que chamou Milei de “fascista” e “neonazista”, também alegou que na Argentina está sendo aplicado um “programa premeditado de violência institucional” contra sua população e que o presidente do país é “o mais feroz violador dos direitos humanos do continente” e “um perigo brutal para todo o hemisfério”.
Neste mês, o Ministério das Relações Exteriores da Argentina pediu ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que solicite ordens de prisão contra o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, e “outros líderes do regime”, devido ao “agravamento da situação” após as eleições presidenciais realizadas no país em 28 de julho.