O regime da Nicarágua, através do Ministério do Interior, dissolveu nesta terça-feira 58 ONGs internacionais, incluindo 24 dos Estados Unidos e 20 de países europeus, principalmente da Espanha, Alemanha, Itália e Holanda.
Um total de 24 das 58 ONGs canceladas são dos EUA, 6 da Espanha, 4 de Honduras, 3 da Alemanha, 3 da Itália, 3 da Holanda, 3 do Canadá, 2 da Bélgica e 2 da Suíça.
Além das citadas, uma da Costa Rica, Dinamarca, Eslováquia, El Salvador, Noruega, Panamá, Porto Rico e Reino Unido, conforme resolução do Ministério do Interior publicada no Diário Oficial.
O Ministério do Interior explicou que cancelou os registros e números perpétuos atribuídos a estas 58 ONGs “por estarem abandonadas e terem entre 2 e 27 anos de incumprimento das leis que as regulamentam”.
Entre outros, acusou-os de não divulgar suas demonstrações financeiras, seus conselhos de administração, informações detalhadas sobre todos os membros doadores e doações anteriores.
Com essas 58 ONGs internacionais proibidas, há 146 que foram dissolvidas nas últimas duas semanas, incluindo 51 dos EUA, 16 da Espanha, 13 da Itália, 9 da Alemanha, 7 da França e 7 do Canadá.
42 ONGs locais também foram dissolvidas
O Ministério do Interior também cancelou hoje o estatuto legal de 42 ONGs nacionais, incluindo mais de 20 associações religiosas, a maioria evangélicas.
Na Nicarágua, o regime de Daniel Ortega, com o voto dos deputados sandinistas e seus aliados na Assembleia Nacional, ou através do Ministério do Interior, baniu pelo menos 2.475 ONGs nicaraguenses e estrangeiras desde dezembro de 2018.
O país vive uma crise política e social desde abril de 2018, que se acentuou após as polêmicas eleições gerais de 7 de novembro do ano passado, nas quais Ortega foi reeleito para um quinto mandato, quarto consecutivo e segundo junto com sua esposa, Rosario Murillo, como vice-presidente, com seus principais adversários na prisão ou no exílio.
Ortega, perto de completar 77 anos, está no poder há 15 anos e 9 meses consecutivos, em meio a denúncias de autoritarismo e fraude eleitoral.
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