O regime da China omitiu neste sábado(24) qualquer crítica à Rússia durante o discurso do ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, perante a Assembleia Geral da ONU, mantendo a equidistância que tem demonstrado desde o início da invasão russa à Ucrânia.
A questão ucraniana foi citada apenas em duas frases no discurso de Wang, que repetiu as ideias expressadas em outras oportunidades em Pequim: “Apoiamos todos os esforços para uma resolução pacífica da crise na Ucrânia”, disse. “Nossas prioridades são facilitar as negociações de paz, e a solução está em abordar as preocupações legítimas de todas as partes”.
Em outras palavras, não fez qualquer menção aos últimos elementos que agravaram esta crise, como a convocação de referendos sobre a anexação de territórios ucranianos à Rússia – amplamente criticada – nem a mobilização de 300 mil reservistas russos para servir na guerra, refutando assim aqueles que nos últimos dias quiseram ver um maior distanciamento entre Pequim e Moscou.
Além disso, se houve ataques velados, foram contra os Estados Unidos, como quando Wang disse que “nenhum país está acima dos outros (e) não deve usar seu poder para assediar outros” ou quando criticou políticas protecionistas que limitam o comércio mundial.
As alusões aos Estados Unidos ficaram ainda mais claras quando ele levantou a questão de Taiwan, “parte inseparável da China”, lembrou. “Devemos combater com determinação as atividades separatistas, opondo-nos à interferência estrangeira. Qualquer obstrução à reunificação será esmagada pela vontade da história”, disse.
Pequim e Washington recentemente entraram em confronto sobre a visita a Taiwan do presidente da Câmara dos Representantes à ilha, que foi seguida por manobras militares chinesas – por mar e ar – no Estreito de Taiwan que duraram grande parte do mês de agosto.
A China também condenou, como faz todos os anos, o embargo dos EUA a Cuba e renovou seu apelo por uma solução de dois Estados no Oriente Médio.
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