Refém filipino libertado diz que não esperava sobreviver ao cativeiro do Hamas

Por Agência de Notícias
29/11/2023 14:37 Atualizado: 29/11/2023 14:37

Um dos reféns filipinos libertados há poucos dias pelo grupo terrorista islâmico Hamas, Jimmy Pacheco, afirmou que não esperava sobreviver ao cativeiro na Faixa de Gaza e que está bem, embora tenha perdido muito peso porque a comida era escassa.

Em um vídeo compartilhado pela embaixada das Filipinas em Israel, Pacheco contou que rezou muito para ter alguma esperança, pois temia pela sua vida desde que foi raptado no ataque do Hamas e outras milícias palestinas contra o território israelense no dia 7 de outubro.

“Simplesmente não pensei que eles iriam me perdoar porque mataram meu cliente (a pessoa de quem cuidava). Sou muito grato porque pude mostrar que quando você precisa da ajuda de Deus, ele te apoia”, disse Pacheco no vídeo publicado poucos dias após sua libertação na última sexta-feira.

O filipino trabalhava como cuidador de Amitai Ben Zvi, de 80 anos, quando terroristas palestinos atacaram o kibutz Nir Oz, perto da Faixa de Gaza, matando o idoso israelense sob seus cuidados.

Pacheco, que se encontra em Israel à espera de regressar às Filipinas, afirmou que no dia da sua libertação não sabia de nada, pois pensava que só estava sendo transferido para outro local, e agradeceu o trabalho de todos aqueles que facilitaram sua libertação, incluindo as autoridades das Filipinas e de Israel.

“Quando eu ainda estava na Cidade de Gaza, eu realmente não tinha esperança de sobreviver. Além disso, perdi a esperança de voltar para minha família. Confiei acima de tudo no Senhor. Eu orei e orei. Em segundo lugar, pelos meus filhos, disse a mim mesmo: ‘Posso fazer isso'”, relatou o trabalhador filipino.

Pacheco, que passou dois dias em observação no hospital após receber alta, também se mostrou feliz por poder passar o Natal com a família, algo que não fez nos últimos seis anos em que trabalhou em Israel.

“Estou muito grato por estar com eles neste Natal. Descansar. Quero proteger a minha família. Principalmente os meus filhos”, comentou o filipino no vídeo gravado no seu quarto de hotel e publicado no Facebook.

A embaixada das Filipinas indicou que fez o vídeo para compartilhar o testemunho de Pacheco, mas que ele não dará entrevistas aos meios de comunicação para se recuperar do trauma e poder desfrutar da sua família.

O presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., informou hoje a libertação de uma mulher filipina raptada pelo Hamas, a segunda liberação de filipinos no contexto da atual trégua com Israel, e garantiu que já não existem reféns do país asiático nas mãos do grupo terrorista islâmico.

A filipina Noralyn Babadilla não constava da lista oficial dos sequestrados pelo Hamas e foi dada como desaparecida.

Antes do início do conflito em Israel e Gaza, em 7 de outubro, havia cerca de 30.000 filipinos em Israel, muitos deles trabalhadores no setor de cuidados a idosos, dos quais apenas algumas centenas decidiram regressar ao seu país.

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