A recuperação do iate Bayesian que afundou na costa da Sicília, no sul da Itália, e causou sete mortes, é “fundamental” para a investigação do que aconteceu, disse neste sábado (24) o promotor Ambrogio Cartosio, da cidade de Termini Imerese.
“Um desenvolvimento sério da investigação é fundamentalmente baseado na recuperação do barco. Se não o recuperarmos e o examinarmos cuidadosamente, será difícil estabelecermos qualquer responsabilidade pelo que aconteceu”, disse ele em entrevista coletiva.
A embarcação afundou na noite de segunda-feira, na costa da cidade siciliana de Porticello, em meio a uma forte tempestade. Sete dos 22 ocupantes morreram no naufrágio, incluindo o magnata britânico Mike Lynch, sua filha Hannah e o presidente do banco Morgan Stanley International, Jonathan Bloomer.
Cartosio, que até agora permaneceu em silêncio em meio às críticas da imprensa pela falta de informações sobre a operação de emergência, confirmou que sua investigação analisa os crimes de naufrágio culposo ou negligente e homicídio culposo múltiplo.
Por enquanto, segundo o promotor, ninguém foi acusado, nem mesmo o capitão, o neozelandês James Catfield, um dos 15 sobreviventes, que já foi interrogado. No entanto, quaisquer acusações “não dependem exclusivamente da recuperação do veleiro”, mas também podem ser derivadas de outras informações e declarações.
O promotor também explicou que o capitão e a tripulação não são obrigados por lei a permanecer na Sicília. O promotor substituto, Raffaele Cammarano, revelou que durante os interrogatórios eles têm sido “muito cooperativos”.
Sobre o futuro reflutuamento do iate, o comandante da Guarda Costeira de Palermo, Raffaele Macauda, defendeu que não é possível prever quando isso acontecerá, já que está a uma profundidade de 50 metros.
Tudo dependerá da velocidade de execução de um plano de recuperação técnica em colaboração com o proprietário do navio, que também deve prever o esvaziamento dos tanques de combustível.
“Ainda estamos em um estágio inicial”, analisou.
Cartosio afirmou que suas investigações “não excluem nada”, nenhuma possibilidade, e disse que a tragédia “seria ainda mais dolorosa” se fosse provado que ela foi causada “por um comportamento que não está perfeitamente de acordo com a responsabilidade que todos deveriam ter no gerenciamento da navegação”.
Além do magnata da informática e sua filha, morreram no naufrágio seu advogado Chris Morvillo e sua esposa, Neda, Bloomer e sua esposa, Judy, e o cozinheiro do barco, o canadense Recaldo Thomas.