Recapitulação da COVID-19 em 2021: 200 milhões de vacinados, 450.000 mortos

Comparado com 2020, o ano passado não foi apenas mais mortal, mas também mais complicado

04/01/2022 10:20 Atualizado: 04/01/2022 10:20

Por Petr Svab

Análise de notícias

Com a passagem do ano, 2021 é agora o segundo ano definido pela pandemia do vírus do PCC (Partido Comunista Chinês) e a resposta global à ela. Em comparação com 2020, o ano passado não foi apenas mais mortal, mas também mais complicado. Questões como variantes de vírus, resistência à vacina e eficácia da vacina vieram à tona. A vacinação obrigatória passou de uma “teoria da conspiração” para uma política oficial em questão de meses. Cada vez mais proeminentes também foram as batalhas jurídicas sobre as restrições do governo à população, com abordagens adotadas por diferentes estados divergindo ainda mais.

Embora 2021 tenha começado com uma onda massiva de hospitalizações relacionadas a COVID-19, também havia a expectativa de que a pandemia terminaria em breve ou pelo menos desapareceria. A vacinação era distribuída como a passagem para a normalidade e, inicialmente, era o que parecia. Em meados de junho, cerca de 180 milhões de americanos haviam recebido pelo menos uma dose de uma das vacinas aprovadas e até mesmo estados com as abordagens mais autoritárias, como Nova Iorque, haviam suspendido a maioria de suas restrições.

Delta

No entanto, a trégua foi breve. Em julho, as infecções começaram a aumentar novamente. O vírus do PCC sofreu mutação para uma nova variante, apelidada de Delta, que parecia ser menos mortal, mas mais infecciosa. A absorção da vacina diminuiu e a Delta parecia ser um pouco mais resistente a ela. A solução apresentada pelas autoridades foi tomar mais uma injeção da vacina – um “reforço”.

O vírus também mostrou sinais de sazonalidade. No inverno, golpeava o nordeste, mas não tanto o sul. No verão, a situação parecia se inverter.

Em agosto, o presidente Joe Biden, atormentado na época pelo que foi amplamente criticado como uma retirada malfeita do Afeganistão, anunciou uma grande mudança política – vacinação obrigatória para funcionários públicos, empreiteiros e até empregadores privados com mais de 100 funcionários. Poucos meses antes, o governo estava descartando a ideia de decretos de vacinação. Qualquer sugestão de que o governo possa forçar as pessoas a tomar a nova vacina, ainda em processo de testes clínicos de longo prazo, foi até ridicularizada por alguns como uma “teoria da conspiração”.

Logo após o anúncio de Biden, alguns estados e localidades fortemente democratas seguiram com vários decretos próprios, com a cidade de Nova Iorque encabeçando o esforço. Pouco a pouco, Nova Iorque determinou a injeção para funcionários do governo, funcionários de escolas particulares, a maioria dos trabalhadores internos e até mesmo frequentadores de academias, locais de entretenimento e restaurantes. Para ver um filme, fazer exercícios ou comer dentro de um estabelecimento, o nova-iorquino agora deve apresentar um comprovante de vacinação “completa”, que por enquanto não inclui reforços, além de documento de identidade com foto. O prefeito cessante, Bill de Blasio, também acrescentou um mandato para todos os empregadores privados e o estado determinou a vacina para todos os trabalhadores da saúde.

Desafios jurídicos às exigências têm sido uma mistura de fracassos e vitórias parciais. Frequentemente, os tribunais bloqueariam a ordem apenas para permitir que ela entrasse em vigor posteriormente. Espera-se que os desafios ao mandato de Biden para empregadores privados sejam ouvidos pelo Supremo Tribunal.

Outro fenômeno associado à variante Delta foi um aumento de casos graves da doença e até mortes de crianças. Enquanto em 2020, cerca de 0,05 por cento de todas as mortes da COVID-19 eram crianças, o número subiu para 0,1 por cento em 2021, de acordo com o CDC, perfazendo um total de 678 mortes associadas a COVID-19. Para efeito de comparação, a agência registrou 358 mortes pediátricas durante a pandemia de gripe de 2009-2010.

Ômicron

Com o inverno se aproximando, cerca de 50 milhões de americanos receberam injeções de reforço. Se isso lhes deu uma sensação de segurança, ainda assim, seria de curta duração. Na África do Sul surgiu uma nova variante capaz de se espalhar amplamente, chamada Ômicron. Há indicações de que as vacinas e, em menor grau, a imunidade natural adquirida por infecção anterior fornecem apenas resistência limitada à Ômicron. Por outro lado, a variante parece ser ainda mais infecciosa, mas, novamente, menos letal do que a Delta, com relatos de sintomas muito mais leves e muito menos mortes em todo o mundo.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças estimam que a Ômicron foi responsável por cerca de metade das infecções pela COVID-19 na semana que terminou em 25 de dezembro. Essas são projeções modeladas, devido aos dados do seu sistema de vigilância de variantes que atrasam cerca de três semanas.

Ômicron ou não, as hospitalizações atribuídas à COVID-19 aumentaram no Nordeste. A governadora de Nova Iorque, Kathy Hochul, respondeu exigindo novamente que as pessoas usassem máscaras em locais fechados, independentemente da vacinação.

Os estados liderados por republicanos geralmente têm ido na direção oposta, não apenas evitando decretos, mas às vezes até mesmo os proibindo. A Flórida foi tão longe ao ponto de proibir expressamente os governos locais e distritos escolares de impor máscaras e vacinas aos seus funcionários ou em suas instalações. O estado, liderado pelo governador republicano, Ron DeSantis, também restringiu as empresas privadas de impor exigências de vacinação, conseguindo uma série de isenções, inclusive para questões de saúde e infecção anterior. A legislatura da Flórida até autorizou o estado a abandonar a Agência Federal de Riscos de Ocupação e Segurança (OSHA) e criar a sua própria para impedir o decreto de vacinação de Biden, que a OSHA deveria obrigar o cumprimento.

Guerra de informação 

O ano passado também foi marcado por uma série de revelações sobre o que parece ser uma falta de franqueza por parte de vários especialistas e funcionários públicos.

Uma série de documentos divulgados sob os pedidos de Liberdade de Informação mostraram que um grupo de especialistas, incluindo o chefe do NIH, Anthony Fauci, coordenou esforços para desacreditar a teoria de que o vírus escapou originalmente de um laboratório em Wuhan, na China. As evidências, de fato, parecem inclinar-se para essa direção. Mas Fauci et al. possuem um interesse pessoal em ocultar esses índices, pois eles estavam envolvidos no financiamento ou na condução de perigosos experimentos de “ganho de função” com coronavírus no Instituto de Virologia de Wuhan. Fauci negou explicitamente ao Congresso que o NIH financiou tal pesquisa, gerando uma amontoado crescente de evidências que indicam o contrário.

O cabo de guerra de informações em torno de potenciais terapêuticas se expandiu no ano passado. Além da Hidroxicloroquina, alguns médicos também experimentaram prescrições off-label do medicamento antiparasitário Ivermectina. Em um episódio, o popular apresentador de podcast, Joe Rogan foi elogiado e caluniado por tomar Ivermectina ao anunciar que testou positivo para o vírus. Ele então convidou Sanja Gupta da CNN para seu programa e criticou sua rede por alegar que ele fez o uso de um “vermífugo para cavalos”, quando na verdade ele tomou a formulação humana da droga prescrita por seu médico.

Os resultados do estudo com a Hidroxicloroquina e a Ivermectina permanecem mistos. Alguns mostram melhores resultados em pacientes sob certas circunstâncias, enquanto outros não.

As conversas sobre a segurança das vacinas também mudaram. Após alegações iniciais de nenhum efeito colateral sério, as autoridades mudaram gradualmente em direção ao reconhecimento de que alguns efeitos colaterais graves, como miocardite, ocorrem.

Administração

A condução da pandemia pelo governo Biden tem sido mista. A administração conseguiu uma distribuição tranquila das vacinas, mas após a onda inicial, a absorção diminuiu desde então. Gallup relatou, em novembro, que a porcentagem de adultos que são ou planejam ser vacinados atingiu um patamar de 80%. No dia 30 de dezembro, mais de 205 milhões de pessoas foram “totalmente” vacinadas, ou seja, 2 injeções das vacinas que são requisitadas. Mais de 68 milhões também receberam reforços, deixando cerca de 23% da população adulta.

Uma pesquisa de dezembro do Trafalgar Group descobriu que uma grande maioria dos prováveis ​​eleitores americanos se opõe a novos decretos e restrições, independentemente de novas variantes (pdf).

Após meses de promessas de combater a pandemia, Biden recentemente admitiu que “não há solução federal” para ela. O ano terminou com mais de 450.000 mortes atribuídas à COVID-19 e mais de 33 milhões de infecções detectadas. Isso representa um aumento de 27% e 67%, respectivamente, em relação ao ano anterior.

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