Por Jesús de León, Epoch Times
Os ex-presidentes da Colômbia, Andrés Pastrana, e da Bolívia, Jorge “Tuto” Quiroga, foram deportados de Havana, em Cuba, nesta quarta-feira (7) à tarde.
Após aterrissar na ilha em um voo da empresa Avianca de Bogotá, os 2 ex-presidentes foram detidos por 2 horas no escritório de migração do aeroporto e, em seguida, deportados, conforme contaram ambos em suas redes sociais.
Os ex-mandatários viajaram com a intenção de receber o prêmio Oswaldo Payá, que lhes seria entregue na quinta-feira (8) pela Rede Latino-Americana de Jovens pela Democracia.
Con el Ex Presidente @tutoquiroga estamos detenidos por.el.gobierno cubano en el aeropuerto de la Habana. pic.twitter.com/SErcH7ys7O
— Andrés Pastrana A (@AndresPastrana_) March 7, 2018
“A ditadura de Cuba nos deportou hoje da ilha por defendermos os princípios democráticos da região. Mas nossa luta continua”, postou Pastrana no Twitter.
Rosa María Payá, filha do falecido dissidente cubano Oswaldo Payá (1952-2012), a qual preside a Rede que faz a entrega do prêmio, foi pessoalmente ao aeroporto para receber os antigos líderes.
Oswaldo Payá morreu em Cuba em um acidente de carro sob condições ainda não esclarecidas.
Payá promoveu o Projeto Varela, um referendo com o apoio de mais de 25 mil cidadãos que desafiaram a repressão para exigir mudanças legais que garantam liberdade de expressão, liberdade de associação, eleições livres, liberdade aos presos políticos não violentos e direito à propriedade de empresas privadas.”
“Hoje sabemos que carros da segurança do governo cubano estavam perseguindo meu marido e bateram no carro em que ele estava viajando no dia em que morreu. Importantes meios de comunicação e líderes mundiais exigiram uma investigação independente sobre a falsa e contraditória versão dada pelo governo cubano”, disse sua esposa ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Retenidos 2 horas en pequeña oficina migratoria con dos cámaras filmando todo. Honrados de ser deportados por dictadura cubana, por "inadmisibles". Gracias a la lucha de héroes cubanos y @RosaMariaPaya … pronto se ADMITIRÁ, y para siempre, la LIBERTAD en Cuba. pic.twitter.com/2jVayYHPqr
— Tuto Quiroga (@tutoquiroga) March 7, 2018
Não é a primeira vez que o regime comunista cubano nega a entrada de personalidades e políticos democratas latino-americanos que viajam para a ilha e que estão ligados à figura de Payá.
Em fevereiro de 2017, Cuba negou entrada ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que iria participar da cerimônia de entrega do prêmio Oswaldo Payá.
Também em fevereiro de 2017, o ex-presidente do México, Felipe Calderón, foi impedido de entrar em Cuba como convidado para o trágico aniversário do falecido dissidente cubano.
Na mesma data, a ex-ministra da Educação chilena, Mariana Aylwin, foi banida da ilha, onde receberia o reconhecimento póstumo para seu pai, o ex-presidente Patricio Aylwin, dado pela organização chefiada por Rosa María Payá, filha de Oswaldo Payá.