Por Chris Summers
A rainha Elizabeth II morreu aos 96 anos. Ela foi a monarca mais longeva da história britânica, com um reinado de 70 anos e 214 dias.
O príncipe de Gales é agora rei, tendo ascendido ao trono imediatamente após a morte de sua mãe.
Em um comunicado, o Palácio disse: “A rainha morreu pacificamente em Balmoral esta tarde. O rei e a rainha consorte permanecerão em Balmoral esta noite e retornarão para Londres amanhã”.
Elizabeth Alexandra Mary Windsor nasceu em 21 de abril de 1926. Seu pai era então conhecido como Albert, Duque de York.
Aos 10 anos, seu avô, o rei George V, morreu e foi sucedido por seu filho mais velho, Edward VIII, cujo relacionamento com a americana divorciada Wallis Simpson levou à crise de abdicação de novembro de 1936.
A abdicação de Eduardo VIII significou que seu pai foi coroado rei George VI. Uma figura tímida e de boas maneiras, ele liderou a Grã-Bretanha durante a Segunda Guerra Mundial.
A princesa Elizabeth tinha 13 anos quando a guerra eclodiu e foi evacuada de Londres para o Castelo de Windsor, de onde, no ano seguinte, fez uma transmissão de rádio no programa Children’s Hour da BBC.
Transmissão para a nação, aos 14 anos
Falando para as centenas de milhares de crianças que foram evacuadas das cidades da Grã-Bretanha, ela disse: “Minha irmã Margaret Rose e eu sentimos muito por você, pois sabemos por experiência o que significa estar longe daqueles que você mais ama. A você que vive em um novo ambiente, enviamos uma mensagem de verdadeira simpatia e, ao mesmo tempo, gostaríamos de agradecer às pessoas gentis que o receberam em suas casas no país.”
Quando ela tinha 16 anos, ela recebeu o cargo honorário de coronel da Guarda de Granadeiros e inspecionou o regimento no Castelo de Windsor.
Quando ela completou 18 anos em abril de 1944, ela se juntou ao Serviço Territorial Auxiliar do Exército Britânico e alcançou o posto de comandante júnior na época da rendição da Alemanha.
Durante a guerra, ela também se apaixonou por um jovem oficial da marinha, o tenente Philip Mountbatten, cinco anos mais velho que ela e um primo distante.
Ele havia nascido na família real grega – que havia sido restaurada em 1936, mas foi substituída por uma república em 1973 – e era conhecido como Príncipe Philip da Grécia.
Em 1947, Elizabeth e Philip se casaram – e ele se tornou o duque de Edimburgo. Seu primeiro filho, o príncipe Charles, nasceu no ano seguinte.
Dois anos depois, eles tiveram uma menina, que se tornaria a princesa Anne.
Em fevereiro de 1952, o rei George VI, um fumante inveterado, morreu de câncer com apenas 56 anos.
Elizabeth e Philip tinham acabado de sair para uma turnê pela Austrália e Nova Zelândia, mas a notícia da morte de seu pai chegou até eles no Quênia e o casal voou imediatamente de volta para a Inglaterra.
Tornou-se rainha aos 25 anos
Ela tinha apenas 25 anos quando se tornou rainha e sua coroação televisionada em junho de 1953, como Elizabeth II, foi uma celebração que foi vista como o fim da era de austeridade e melancolia do pós-guerra.
A jovem rainha teve mais dois filhos – o príncipe Andrew em 1960 e o príncipe Edward em 1964 – e se estabeleceu para criar uma família e governar um império que estava se desintegrando lentamente à medida que colônias na África, no Caribe e em outros lugares conquistavam a independência.
Ela permaneceu como chefe de Estado enquanto 14 primeiros-ministros entraram e saíram e ungiu sua 15ª premiê, Liz Truss, no início desta semana.
A rainha Elizabeth II permaneceu sagaz e diplomática ao longo de seu reinado, em contraste com seu marido – que era conhecido por suas gafes politicamente incorretas – e seu filho mais velho, o príncipe de Gales, que frequentemente comentava sobre arquitetura, homeopatia, mudanças climáticas e qualquer número de assuntos.
Seu comportamento majestoso a tornou querida por políticos de ambos os principais partidos políticos britânicos. Ela foi calorosamente recebida em visitas de Estado ao exterior por todos, desde o imperador Hirohito do Japão e o presidente francês François Mitterand até o ditador socialista Josip Tito da Iugoslávia.
Anos sombrios na década de noventa
No dia de Natal de 1992, ela descreveu aquele ano – que não apenas viu um incêndio devastador no Castelo de Windsor, mas também uma série de revelações impróprias sobre os casamentos do príncipe Charles (com a princesa Diana) e do príncipe Andrew (com Sarah Ferguson) – como um “ Annus horribilis”.
Cinco anos depois, a família real enfrentou um momento ainda mais sombrio quando a princesa Diana, que se divorciou de Charles um ano antes, morreu em um acidente de carro em Paris.
Jubileu de Platina
A rainha recuperou sua popularidade no século 21 quando, agora uma cidadã idosa, ela interpretou avó e bisavó para uma geração de novos membros da realeza, incluindo o príncipe William – que agora substituirá seu pai aos 73 anos como herdeiro do trono.
Ela comemorou seu jubileu de platina – a primeira vez que um monarca britânico governou por 70 anos – no início deste ano.
Mas ela perdeu o amor de sua vida, o príncipe Philip – que morreu no ano passado, aos 99 anos – e sua própria saúde começou a falhar.
No início deste ano, ela disse que ficou “muito cansada e exausta” depois de pegar o vírus COVID-19 em fevereiro de 2022.
Um de seus compromissos finais foi se despedir do primeiro-ministro Boris Johnson e conhecer seu sucessor e, quebrando a tradição, a cerimônia foi realizada em sua casa em Balmoral, em Aberdeenshire, e não no Palácio de Buckingham, o que pode ter indicado que ela estava muito doente para viajar.
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