Por Minghui.org
Em 17 de maio de 2019, a Radio Free Asia (RFA) publicou uma reportagem intitulada “Coreia do Norte inicia repressão ao Falun Gong”, de Jieun Kim para o Serviço Coreano da RFA. O artigo foi traduzido por Leejin Jun e escrito em inglês por Eugene Whong.
Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, tornou-se público em Changchun, província de Jilin, China, em 13 de maio de 1992, por seu fundador, Li Hongzhi. Desde então, a prática se espalhou para mais de 100 países.
Jiang Zemin, ex-chefe do Partido Comunista Chinês (PCC), percebeu a crescente popularidade da disciplina espiritual como uma ameaça à ideologia ateísta do PCC e em 20 de julho de 1999 emitiu uma ordem para proibir o Falun Gong.
O artigo da RFA afirma: “Fora da China, o movimento é considerado inofensivo e continua a florescer. É frequentemente citado como um exemplo de perseguição religiosa na China, com praticantes e defensores da liberdade religiosa aliados realizando protestos nas principais cidades para chamar a atenção para a situação enfrentada pelos crentes do Falun Gong na RPC.”
“Fontes da Coreia do Norte disseram que as autoridades em Pyongyang começaram uma ofensiva contra o Falun Gong, já que a cidade tem visto um aumento acentuado no número de seguidores dentro de sua população”.
O artigo continuou com mais detalhes sobre a perseguição na Coreia do Norte a partir de abril. “As autoridades judiciais estão lutando porque a disseminação do Falun Gong entre os cidadãos de Pyongyang aumentou além de suas expectativas”, disse uma fonte de Pyongyang ao Serviço Coreano da RFA em uma entrevista em 11 de maio.
O artigo declarou com base em suas fontes: “No início de abril, a polícia emitiu uma proclamação ordenando que os cidadãos reportassem voluntariamente seu status como crentes no Falun Gong. Eles ameaçaram impor punições severas àqueles que não se reportassem, mas fossem identificados após o período de divulgação.”
O artigo afirmava que a ação do governo contra o Falun Gong tinha saído pela culatra, já que a publicidade negativa do Falun Gong parecia tê-lo tornado mais popular.
A fonte disse: “Após a proclamação e subsequente repressão, as pessoas ficaram subitamente muito interessadas no Falun Gong, que já estava se espalhando no submundo de [Pyongyang]. O Falun Gong é conhecido aqui como uma prática religiosa que combina meditação e exercícios físicos, então, agora as pessoas estão se aproximando por curiosidade”.
Sobre como o Falun Gong entrou na Coreia do Norte, a fonte sugeriu que ele foi introduzido por autoridades comerciais em Pyongyang.
Segundo a fonte, “a sede das organizações centrais do comércio está concentrada em Pyongyang. Como as relações comerciais entre Coreia do Norte-China se tornaram mais ativas recentemente, o Falun Gong começou a se espalhar em Pyongyang através dos trabalhadores do comércio”.
A fonte afirmou que durante a primeira etapa de repressão, 100 seguidores do Falun Gong foram presos em Pyongyang.
“Muitos seguidores do Falun Gong foram presos em outros distritos [de Pyongyang] e serão sentenciados a trabalhos forçados ou trabalho correcional, dependendo da gravidade de seus crimes”, acrescentou a fonte.
O artigo também citou outro informante de Pyongyang que comparou a repressão ao Falun Gong a uma guerra contra a religião, e comparou a situação a como as autoridades norte-coreanas perseguiram seguidores de outras religiões no passado.
A segunda fonte disse: “O Comitê Central [do Partido dos Trabalhadores da Coreia] diz que o cristianismo é como ópio ou drogas e castigou duramente [cristãos]. Agora que o Falun Gong está aqui, as pessoas estão observando atentamente para ver como as autoridades responderão”.
O artigo afirma que a constituição da Coreia do Norte permite a liberdade de crenças religiosas, mas a verdadeira liberdade religiosa não existe dentro de suas fronteiras e todas as igrejas e templos são operados pelo Estado.
O artigo se refere ao site Liberdade na Coreia do Norte (LiNK, na sigla em inglês), que afirma que a religião organizada é percebida pelo regime como uma ameaça, e apesar de igrejas e templos serem construídos para dar a aparência de liberdade religiosa, os norte-coreanos devem praticar suas religiões em segredo ou arriscar um período em um campo de prisioneiros ou pior, a execução.
O site também observa que “milhares de budistas e cristãos foram expurgados e perseguidos ao longo da história da Coreia do Norte”.
O artigo concluiu afirmando que um relatório das Nações Unidas de 2014 havia citado números do governo norte-coreano que mostravam que a proporção de adeptos religiosos entre a população caiu de quase 24% em 1950 para 0,016% em 2002.