Por Andre Assi Barreto, Senso Incomum
É fato notório que o mundo observa uma potente onda soberanista – pintada como “extrema-direita”, “fascista”, “xenofóbica”, “racista” etc. pela mídia e pelos velhos partidos políticos (alguns, inclusive, de direita). Estão inclusos nessa cruzada difamatória Donald Trump (EUA), Nigel Farage (RU), Sebastian Kürz (Áustria), Viktor Orbán (Hungria), Matteo Salvini (Itália), Jair Bolsonaro (Brasil), Santiago Abascal/Partido Vox (Espanha) e o Partido Democrata Sueco.
Pois bem, mais um partido e liderança da mesma estirpe surgiram nas últimas eleições regionais da Holanda, país que já conta com o PVV (Partij voor de Vrijheid, Partido pela Liberdade) de Geert Wilders, também de plataforma soberanista, eurocética, anti-islã e contra a imigração em massa.
Thierry Baudet, em imagem abaixo, é o novo terror das oligarquias globalistas europeias. Fundador do Partido Forum voor Democratie (Fórum pela Democracia). Apesar de recente, o partido galgou conquistas importantes das últimas eleições provinciais do país baixo, especialmente considerando que se trata do debute do partido. A eleição determinou as cadeiras do Senado holandês e o partido conquistou 13 assentos.
Para além da verborreia acusatória dos opositores autoproclamados iluminados, as ideias do partido flertam com o bom, velho e simples conservadorismo social nos costumes e liberalismo clássico em economia. Crítico da UE (e defensor da saída da Holanda do bloco) e de suas medidas que prejudicam a indústria local. A favor do modelo australiano de imigração (aberto, porém rígido no filtro). Publicamente seus líderes – além de Baudet, Henk Otten e Theo Hiddema – professam a defesa dos valores caros à civilização ocidental.
A agudeza intelectual de Baudet não passa despercebida a seus críticos (no Brasil, gente da mesma laia reclama da simplicidade e autenticidade de Bolsonaro), que se referem a ela (o líder do partido possui doutorado em História e em Direito) com o típico desdém filisteu da claque jornalística. Em discurso recente, após o sucesso eleitoral de sua legenda, Baudet fez referências à cultura clássica grega e romana – fato incômodo para a classe jornalística, que é inculta e para a classe política, tecnocrata e plástica.
Segundo relatos em inglês sobre a cobertura da mídia holandesa das eleições e do sucesso do partido, a atual quinta coluna tratou o Fórum pela Democracia com hostilidade acima da média até mesmo para os níveis das imprensas americana e inglesa. Como o sucesso do partido atesta, se trata de mais uma barca furada da grande mídia. O tiroteio perpetrado por um imigrante turco numa escola na cidade de Utrecht pode ter sido um fator colaborador, embora as pesquisas já apontassem a derrota da coalização de “centro-direita” do atual primeiro-ministro Mark Rutte.
A vitória do partido confirma que as pessoas por todo o planeta estão desejosas de uma nova linguagem e classe políticas que abandone sua oikofobia e sua hostilidade com relação às soberanias nacionais.
Andre Assi Barreto é professor de Filosofia e História das redes pública e privada de São Paulo. Aluno do professor Olavo de Carvalho. Mestre em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Também trabalha com revisão, tradução e palestras. Autor de “Saul Alinsky e a Anatomia do Mal” (ed. Armada, 2019)
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