Uma delegação de parlamentares brasileiros viajou até Kiev, capital da Ucrânia, para participar de uma cúpula parlamentar internacional que ocorre entre os dias 29 de novembro e 1.º de dezembro. O evento, que reúne políticos de países da América Latina e Caribe, discute a cooperação entre a Ucrânia e essas regiões.
A comitiva brasileira é composta pelos senadores Sérgio Moro (União-PR), Magno Malta (PL-ES), Damares Alves (Republicanos-DF) e o deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP).
A presença dos parlamentares na cúpula, intitulada “Ucrânia e os Países da América Latina e do Caribe: Cooperação para o Futuro”, será marcada por encontros com autoridades do país europeu, incluindo uma reunião com o presidente Volodymyr Zelensky no sábado (30), durante uma sessão plenária.
A comitiva também visitará diversas infraestruturas civis, o complexo industrial de defesa, além de se reunir com soldados ucranianos feridos e representantes de direitos humanos do país.
A embaixada da Ucrânia em Brasília ressaltou que todos os membros do Congresso Nacional foram convidados para o evento, mas apenas os quatro políticos aceitaram participar. A visita marca a primeira vez que parlamentares brasileiros estão em solo ucraniano desde o início das relações diplomáticas entre os dois países, em 1992.
Para o embaixador ucraniano no Brasil, Andrii Melnyk, a participação dos parlamentares brasileiros é vista como um gesto de solidariedade com o povo ucraniano. Segundo o diplomata, é uma oportunidade para que eles “olhem com os próprios olhos o que está acontecendo” na Ucrânia.
Durante a conferência, ainda haverá a presença de delegações de outros países latino-americanos e caribenhos, ampliando a base de apoio internacional ao país europeu.
No entanto, a relação entre os governos brasileiro e ucraniano tem sido tensa, especialmente após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente do Brasil. O chefe do Executivo brasileiro chegou a declarar que a culpa da guerra é dos dois países — não só da Rússia.
A postura de Lula tem sido vista com desconfiança pelo governo de Kiev. Zelensky criticou publicamente Lula e avaliou seu governo como “pró-Rússia” a jornalistas brasileiros em setembro.