Quase 60% do território argentino sofre com seca, segundo relatório regional

Por Agência de Notícias
28/02/2023 18:53 Atualizado: 28/02/2023 18:53

O Sistema de Informação sobre Secas do Sul da América do Sul (SISSA) relatou nesta terça-feira que 59,58% do território da Argentina sofre com diferentes graus de seca.

Segundo o relatório da entidade, 40,42% da Argentina, o equivalente a 1.012.570 quilômetros quadrados, não estava seco no último dia 20 de fevereiro.

Enquanto isso, 10,54% estava anormalmente seco, 18,76% sofria seca moderada, 16,07% padecia de seca severa, 11,34% registrava seca extrema e 2,87%, seca excepcional.

A seca que atinge a produção agropecuária da Argentina, a mais severa dos últimos 60 anos, já está fazendo seus efeitos serem sentidos na economia do país, com quedas nas exportações agrícolas e menores receitas procedentes de impostos.

O SISSA é uma instituição virtual da qual participam agências governamentais, instituições acadêmicas, organizações não governamentais e o setor privado dos seis países-membros do Centro Regional do Clima do Sul da América do Sul (CRC-SAS): Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai, que juntos possuem 41,19% de seus territórios em condições de seca.

Segundo o mesmo monitoramento, o Brasil registra 23,37% de seu território em condições de seca e o Chile, 40,53%.

Já o Paraguai tem 62,87% de seu território sob seca, enquanto na Bolívia essa cifra cai para 48,94% e no Uruguai dispara 99,75%.

A área considerada pelo SISSA no cálculo para Argentina e Chile corresponde àquela localizada ao norte da Patagônia e, para o Brasil, àquela localizada do centro do país até o sul.

O relatório quinzenal do SISSA lembra que as secas representam um desafio social, ambiental, econômico e institucional.

Nesse sentido, replica um artigo publicado na mídia digital “Nature Reviews Earth & Environment” que aponta que a mudança climática antropogênica “intensificou as mega-secas em curso no sudoeste da América do Norte e em todo Chile e Argentina”.

Além disso prevê que, no futuro, esses eventos serão substancialmente “mais quentes do que os anteriores, e esse aquecimento levará a aumentos projetados no risco e na gravidade das mega-secas em muitas regiões, incluindo o oeste da América do Norte, América Central, Europa e o Mediterrâneo, a zona extratropical da América do Sul e Austrália”.

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