Putin tenta assumir controle do grupo Wagner após rebelião de mercenários

Por Agência de Notícias
29/06/2023 16:13 Atualizado: 29/06/2023 16:13

O líder da Rússia, Vladimir Putin, lançou uma ofensiva para obter o controle total do grupo de mercenários Wagner, cujas operações no Oriente Médio e África são apoiadas pelo Kremlin, após a rebelião de seu líder, Yevgeny Prigozhin, que foi para o exílio na Bielorrússia, informou o jornal The Wall Street Journal.

O jornal nova-iorquino assegurou que após o fracasso da rebelião mercenária, Putin lançou uma ofensiva diplomática na Síria, República Centro-Africana, Mali e outros países em que operam, para garantir às suas autoridades que o grupo Wagner seguirá operando normalmente nesses países, mas não o fará mais de forma independente, mas sob a gestão do Kremlin.

Assim, o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Vershinin, voou para Damasco para entregar pessoalmente uma mensagem nesse sentido ao presidente sírio, Bashar al-Assad, outros altos funcionários de seu ministério telefonaram ao presidente da República Centro-Africana, Faustin-Archange Touadéra, que paga para ter mercenários de Wagner em sua guarda pessoal, e também enviou uma missão do Ministério de Situações de Emergência russo ao Mali.

Moscou deu um prazo até o próximo sábado aos homens do Wagner que participaram da rebelião para firmar contratos com o Ministério da Defesa ou se desmobilizar, mas Prigozhin, que não disse se pretende manter o controle das operações mercenárias desde seu exílio em Belarus, afirmou repetidamente que seus homens rejeitarão os contratos.

Durante anos, o Kremlin negou qualquer relação com Wagner, um grupo que se calcula deva ter mais de 30 mil combatentes, e com o qual Moscou conseguiu acumular grande influência internacional, especialmente na África, e arrecadar receitas.

No entanto, Putin reconheceu na última terça-feira que o grupo foi financiado pelo Estado russo por pelo menos um ano, segundo o jornal.

O grupo Wagner gera centenas de milhões de dólares por ano na África, uma fonte crucial de financiamento tanto para manter a influência da Rússia no continente quanto para financiar operações na Ucrânia, segundo autoridades ocidentais citadas pelo The Wall Street Journal.

Durante anos, o grupo trabalhou como força de segurança para regimes autocráticos no Oriente Médio e na África e, mais recentemente, se insinuou na América Latina, onde ofereceu seus serviços ao Haiti e Venezuela, para ajudar a manter o controle sobre os grupos de crime organizado ou opositores políticos.

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