Putin sugere que Dilma Rousseff continue na presidência do Banco dos BRICS

Proposta para presidência do Banco dos BRICS por mais um mandato busca evitar complicações e manter a estabilidade global.

Por Redação Epoch Times Brasil
25/10/2024 14:33 Atualizado: 25/10/2024 14:33

O líder russo, Vladimir Putin, propôs nesta quinta-feira (24) que o Brasil mantenha sua liderança no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como o Banco dos BRICS, com a permanência de Dilma Rousseff na presidência por mais um mandato de cinco anos.

A proposta visa estender o mandato de Dilma, que está previsto para se encerrar em julho de 2025.

Putin destacou que as sanções internacionais impostas à Rússia dificultam a possibilidade de um russo assumir a liderança do NDB, conforme o sistema de rodízio tradicional dos países membros do BRICS.

“A Rússia propôs estender a presidência do Brasil e da presidente do banco, Sra. Rousseff. Tendo em mente que este ano o Brasil preside o G20, no próximo ano ele nos tirará o bastão e liderará o BRICS”, afirmou Putin, justificando a escolha pela continuidade de Dilma.

Segundo Putin, a Rússia não deseja transferir para as instituições internacionais ligadas ao BRICS as dificuldades associadas à guerra e às sanções.

“Não queremos transferir todos os problemas que estão associados à Rússia para instituições em cujo desenvolvimento nós próprios estamos interessados. Nós lidaremos com nossos problemas e cuidaremos deles nós mesmos”, completou o presidente russo em coletiva de imprensa após o encerramento da 16ª Cúpula dos BRICS, realizada em Kazan, na Rússia.

A proposta de Putin representa uma tentativa de manter a estabilidade na principal instituição financeira do bloco, que se tornou um importante instrumento para ampliar os investimentos nos países do Sul Global e dos membros do BRICS.

Dilma Rousseff, que assumiu a presidência do NDB em março de 2023, substituindo Marcos Troyjo, também brasileiro e indicado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem defendido a expansão do grupo e o uso de moedas locais para o financiamento dos países.

Durante a cúpula deste ano, Dilma enfatizou a importância do financiamento em moeda local para atender às necessidades dos países membros e facilitar o desenvolvimento de projetos.

“Tivemos investimentos bastante elevados, mas ainda não o suficiente para as necessidades dos países do BRICS. Por isso é muito importante disponibilizar financiamento em moeda local através de plataformas específicas. O Novo Banco de Desenvolvimento [NBD] tem o compromisso de viabilizar não só financiamento em projetos soberanos, mas também em projetos da iniciativa privada”, destacou a ex-presidente do Brasil.

Até o momento, não houve resposta oficial da ex-presidente Dilma Rousseff sobre a proposta de continuidade no comando do NDB.

Questionada pela imprensa, a assessoria de Dilma não retornou os pedidos de esclarecimento.