Putin propõe Brasil, China e Índia como possíveis mediadores para a paz com Ucrânia

Por Agência de Notícias
05/09/2024 16:49 Atualizado: 05/09/2024 16:49

O líder da Rússia, Vladimir Putin, propôs nesta quinta-feira (05) o Brasil, a China e a Índia como possíveis mediadores nas futuras negociações de paz com a Ucrânia, em contraposição aos Estados Unidos e às potências europeias.

“Respeitamos os nossos amigos e parceiros que, acredito, estão sinceramente interessados ​​em resolver todos os problemas relacionados com este conflito. Trata-se principalmente de China, Brasil e Índia”, disse Putin durante a sessão plenária do Fórum Econômico Oriental, que está sendo realizado na cidade de Vladivostok.

Putin, que acaba de regressar da Mongólia, cujas autoridades ignoraram o mandado de prisão emitido contra o líder russo pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra, acusou mais uma vez o Ocidente de pressionar Kiev a não cessar as hostilidades no país vizinho.

“Hoje, não vemos condições para realizar negociações de paz”, declarou Dmitry Peskov, porta-voz presidencial russo.

Três mediadores do BRICS

“Estamos dispostos a entrar em negociações com eles (os ucranianos)? Nunca nos opusemos a isso. Mas não com base em certas exigências efêmeras, e sim em documentos acordados e realmente rubricados em Istambul”, afirmou Putin, em referência aos acordos de março de 2022.

Segundo Putin, se os ucranianos tivessem assinado esse documento “a guerra já teria terminado há muito tempo”, mas, em vez disso, o objetivo dos americanos e europeus é alcançar “a derrota estratégica da Rússia”.

“Isso não está acontecendo”, assegurou.

Por outro lado, segundo destacou, os líderes de Brasil, China e Índia “aspiram honestamente a ajudar a compreender todos os detalhes deste complicado processo”.

“Estou em contato permanente com os nossos colegas sobre este assunto”, frisou.

Os líderes destes três países se reunirão com Putin no próximo mês de outubro na cidade tártara de Kazan, que acolherá a cúpula do grupo de países emergentes BRICS, ao qual também solicitou ingresso a Turquia, um possível local para estas futuras negociações junto com a Áustria, que já se ofereceu como sede.

O ditador chinês, Xi Jinping, sempre apoiou o argumento russo de que a OTAN é a principal responsável pelo conflito atual, embora não tenha cortado completamente os laços com Kiev e, de fato, tenha recebido o ministro das Relações Exteriores ucraniano em Pequim, em julho.

Já o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, tem uma relação estreita com Putin, mas também se encontrou em Kiev, em agosto, com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a quem pediu “soluções inovadoras” para restaurar a paz.

Por sua vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem defendendo ultimamente em contatos com Putin a necessidade de um cessar-fogo e de conversas diretas entre os governos de Rússia e Ucrânia.