O ditador russo Vladimir Putin tem agendada uma viagem à Coreia do Norte nesta semana, marcando sua primeira visita ao país em 24 anos.
Sua chegada a Pyongyang está programada para terça-feira (18), segundo fontes sul-coreanas. A última vez que Putin esteve no país comunista foi durante os anos 2000, quando Kim Jong-il, pai de Kim Jong Un, era o líder supremo.
De acordo com a BBC News, é possível observar preparativos em curso na Coreia do Norte para receber Putin através de imagens de satélites.
A confirmação da visita de Putin foi divulgada nesta segunda-feira, 17, pelas agências estatais de notícias de ambos os países. Recentemente, os líderes se encontraram quando Kim visitou a Rússia e expressou seu apoio a Moscou na guerra contra a Ucrânia, caracterizando a invasão russa como uma “luta sagrada”.
“A convite do Presidente dos Assuntos de Estado da RPDC (República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte), Kim Jong-un, Vladimir Putin fará uma visita de Estado amigável à República Popular Democrática da Coreia nos dias 18 e 19 de junho”, disse o Kremlin.
O Kremlin destacou o potencial para “relações profundamente substantivas” entre a Rússia e a Coreia do Norte, enfatizando que isso não deveria causar preocupações. No entanto, recomendou evitar interferências nas relações emergentes entre os dois países.
A verdadeira razão por trás do encontro permanece sujeita a especulações. Em uma análise geopolítica, o cientista político Sergei Markov sugeriu que a Rússia provavelmente busca munições, trabalhadores da construção civil e até voluntários norte-coreanos para lutarem na linha de frente na Ucrânia.
Da mesma forma que a crescente aproximação entre Rússia e Irã preocupa os EUA e o mundo, o estreitamento da aliança entre Moscou e Pyongyang suscita novas questões de segurança para Washington.
Especialistas em defesa entrevistados pelo jornal New York Times, afirmaram que o eventual uso de mísseis norte-coreanos no conflito na Ucrânia poderia fornecer à Coreia do Norte informações valiosas sobre o desempenho desses sistemas contra os sistemas ocidentais de defesa antimísseis.
Depois de visitar a Coreia do Norte, Putin seguirá para o Vietnã de 19 a 20 de junho, diz o comunicado da estatal russa.