Putin está aberto à adesão da Finlândia e da Suécia à OTAN

“Quanto ao alargamento, a Rússia não tem nenhum problema com esses estados"

17/05/2022 15:44 Atualizado: 17/05/2022 15:44

Por Naveen Athrappully

Enquanto a Suécia e a Finlândia avançam com seus planos de ingressar na OTAN, o presidente russo, Vladimir Putin, disse na segunda-feira que não tem problemas com as decisões, desde que não haja ameaça militar à sua nação.

“Quanto ao alargamento, a Rússia não tem nenhum problema com esses estados – nenhum. E assim, nesse sentido, não há ameaça imediata para a Rússia de uma expansão (da OTAN) para incluir esses países”, disse Putin aos líderes da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO), uma aliança militar de ex-estados soviéticos dominada pela Rússia, segundo informações da Reuters.

“Mas a expansão da infraestrutura militar neste território certamente provocaria nossa resposta… Qual será essa (resposta) – veremos quais ameaças são criadas para nós”. A CSTO inclui nações como Armênia, Bielorrússia, Tajiquistão, Cazaquistão e Quirguistão.

A resposta extraordinariamente calma de Putin à adesão da Finlândia e da Suécia à OTAN contrasta fortemente com seus comentários anteriores contra a expansão da aliança. Na verdade, ele citou a expansão da OTAN para o leste como uma das principais razões para a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Segundo Putin, algumas garantias foram fornecidas quando a União Soviética entrou em colapso de que a OTAN não se expandirá para o leste em direção a Moscou, algo que a aliança e os Estados Unidos contestam. Além da “política de expansão sem fim” da OTAN, a aliança militar também foi acusada por Putin de ir muito além de sua missão euro-atlântica.

Enquanto isso, Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, comentou na segunda-feira que as tentativas da Finlândia e da Suécia de ingressar na OTAN foram “outro erro grave” que terá “consequências de longo alcance”. Ambas as nações não devem pensar que a Rússia simplesmente tolerará suas escolhas, acrescentou.

“E de que forma garantiremos nossa segurança após a mudança nessa configuração geral da OTAN é uma questão separada. Dependerá do que, em termos práticos, será o resultado da esperada adesão da Finlândia e da Suécia à aliança. Não há ilusões de que vamos tolerar isso”, disse Ryabkov, segundo a CNBC.

Enquanto isso, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan anunciou que se opõe à adesão da Suécia e da Finlândia à OTAN.

“Primeiro de tudo, não diríamos ‘sim’ para países que impõem sanções à Turquia se juntem à Otan, uma organização de segurança, durante este processo”, disse ele durante uma entrevista coletiva em 16 de maio, segundo a mídia estatal, Anadolu News. Ambos os países não precisam se preocupar em enviar diplomatas para influenciar sua posição, acrescentou.

A Turquia, membro fundador da OTAN, é contra a adesão das nações à aliança, pois ambas supostamente abrigam indivíduos curdos que Ancara apelidou de terroristas.

A Suécia e a Finlândia também são acusadas de abrigar indivíduos ligados ao grupo do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e seguidores de Fethullah Gulen, acusado de uma tentativa de golpe em 2016.

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